Início Denúncia Justiça apreende urnas da eleição do Pauliprev por suspeita de fraude

Justiça apreende urnas da eleição do Pauliprev por suspeita de fraude

Urnas e equipamentos foram confiscados para perícia criminal

A eleição dos novos membros do Conselho Administrativo e Fiscal do Pauliprev ocorrida no último dia 30 de abril recebeu intervenção do Ministério Público após denúncias de irregularidades durante a votação, que aconteceu no Theatro Municipal de Paulínia. Ao final do processo, oficiais de justiça apreenderam as urnas e equipamentos para realizar uma perícia criminal. Para o professor William Santos Rodrigues, que já entrou com um pedido de impugnação do resultado da eleição para Comissão Eleitoral do Pauliprev (recusou a receber no dia da votação), à promotoria e também registrou um boletim de ocorrência, houve inserção de dados falsos no sistema de informações e fraude de documento público.

“ O técnico da empresa contratada tinha acesso à matrícula dos votantes e aos respectivos votos, um ato que contrária frontalmente ao direito de voto secreto e gerando possíveis constrangimentos aos servidores. Quero ressaltar que a empresa tinha completa falta de profissionalismo, com aplicativos gratuitos e aparelhagens baratas de uso pessoal de uma das operadoras”, disse William.

Professor William entrou com um pedido de impugnação do resultado da eleição para a comissão eleitoral, à promotoria e também registrou um boletim de ocorrência. Foto: Divulgação

Ele aponta em documento entregue à Comissão Eleitoral do Pauliprev,  que a votação iniciou às 8h40, contrariando com o disposto em edital, com aproximadamente 1 e 10 minutos de atraso do que fora divulgado amplamente nos murais de locais de trabalho e imprensa oficial do município (7h30).
Outro ponto levantando por William foi de que o sistema de votação usado pela empresa era de rede Wi-Fi (sem fio), o qual sabidamente é muito mais vulnerável a possíveis intervenções externas, uma vez que para acessar as informações não é necessário ter contato físico com rede podendo o sinal ser receptado por qualquer dispositivo que esteja nas proximidades. “Podemos afirmar que o sistema possuía chave de segurança que impedia o livre acesso, contudo é também largamente sabido que inexiste sistema de segurança sem fio 100% seguro”, argumentou William.
Ele também relata que a segurança não era das melhores no sistema de votação, pois o roteador, um dos modelos mais populares, encontrava-se sobre a mesa de verificação de documentos, assinatura prévia da ata de votação e liberação das urnas. Local com concentração de pessoas e grande circulação. Alguns roteadores possuem uma tecla que, se pressionada, libera o sinal manualmente para dispositivos que se encontram na situação de aferir a chave de segurança. Ainda,  a urna onde Willian votou, logo após ter assinado o livro de votação , não foi liberada para votação, aparecendo apenas os dizeres “Aguardando liberação da urna” e, após reclamar com a comissão eleitoral e técnicos da empresa, verificou que seu voto já estava computado, inclusive para outro candidato, num flagrante indicio de fraude no processamento  de registro e consequentemente de apuração dos votos.

William que participou de todo processo, também constatou que houve a violação do direito de exercer o voto secreto, pois o operador tinha acesso a quem o eleitor manifestou seu voto, com as opções de “copiar”, “alterar” e “remover”  em seu programa. Além disso, o aplicativo utilizado no processo foi o popular e gratuito “phpMyAdmin” do desenvolvedor  “Projecto phpMyAdmin”, o qual  é largamente utilizado para criar e remover base de dados , criar, remover e alterar tabelas, inserir, remover  e editar campos, executar códigos SQL e manipular campos chaves, então a votação não teria sido secreta.
O professor registrou um boletim de ocorrência  de Nº 2366 de 2013 e também protocolou denúncia ao Ministério Público.