
Coluna do Sami Goldstein
O livro “A Arte da Guerra” de Sun Tzu é um profundo, verdadeiro e sempre atual tratado sobre planejamento, estratégia e liderança. Não é à toa que é livro de cabeceira no mundo dos negócios. O general chinês entendeu, há cerca de 2.500 anos, a importância dessas três variáveis para fazer prosperar qualquer iniciativa. Para Sun Tzu, a suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar. Entretanto, por vezes, lutar é preciso e, para isso, um general deve estar preparado. Suas condutas podem fazer a diferença entre vitória ou derrota; entre a vida e morte de seus soldados. Como advertência, o estrategista deixou seu milenar recado: “existem cinco perigos que podem afetar um general: imprudência, que leva à destruição; covardia, que leva à captura; temperamento precipitado, que pode ser provocado por insultos; senso cego de honra, que é sensível à vergonha; excesso de solicitude para com seus homens, que os expõem a preocupação e angústia.”. Muito provavelmente, se vivo estivesse e caminhando aqui pelos trópicos, Sun Tzu facilmente detectaria tais disfunções desde o início da pandemia em vários protagonistas do circo da bananada. E certamente serviríamos de inspiração para um segundo volume: a arte de polemizar a guerra!
A leitura moderna de Eclesiastes hoje seria “polêmica das polêmicas, tudo é polêmica! ”. E assim vamos adentrando o terceiro ano da pandemia, como diria minha mãe, “discutindo o sexo dos anjos” e ainda confrontando a ciência em um embate cujo único troféu é ter razão. Seguimos como começamos: brigas de recreio bem no estilo “te pego na esquina”. A torcida pró-Covid, desde que satisfaça os anseios políticos e politiqueiros de uns e outros, só faz ganhar força. Até “boas-vindas” a variante Ômicron já recebeu. Se possível fosse, quiçá até desfile em carro aberto com honras de chefe de estado teria. E tudo isso para quê? Apenas para manter acesa a chama de uma mediocridade ideológica sem fim em que discursos são feitos não para resolver problemas, mas apenas para manter a coesão de uma base que vibra com seu herói anti-herói. O certo é estar errado. O foco é não ter foco, já disse aqui nestas linhas. Estamos em uma guerra sem comandante contra a pior crise sanitária da história recente da humanidade e que já ceifou milhões de vidas mundo afora. A ciência venceu a imbecilidade e comprovou que a tragédia poderia ser muito pior. Pelo amor de Deus (ou como quer que O chame), já passamos disso! Agora é a vez de cuidarmos de nossas crianças. Segundo levantamento do UOL a partir de informações da Associação Brasileira de Registradores de Pessoas Naturais, as crianças de 5 anos, as últimas a serem vacinadas de acordo com a programação do Ministério da Saúde para a imunização pediátrica de Covid-19, são as que mais morreram em decorrência da infecção em 2020