“Operação Petroleiros” do Deic prendeu em flagrante oito pessoas em Paulínia na manhã de segunda-feira, dia 13
Policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) desfecharam na manhã de sunda-feira (13) uma grande ação contra a elite do roubo e do comércio de combustíveis roubados. A Operação Petroleiros tem como alvo um esquema que movimenta, em média, 600 mil litros entre etanol, gasolina e óleo diesel por mês. As equipes – 60 agentes – cumpriram mandados de prisões em Paulínia e Campinas.
No total, oito pessoas acabaram detidas. Os alvos foram donos de transportadoras e de postos pertencentes aos líderes, que se intitulavam petroleiros devido a vida de ostentação possibilitada pelo dinheiro dessas atividades.
O esquema começou a ser apurado em outubro do ano passado por integrantes da 2ª Divecar (Delegacia de Investigações sobre Roubo e Furto de Cargas). O objetivo era desvendar o mistério envolvendo um trecho da rodovia Professor Zeferino Vaz, no trecho entre Paulínia a Cosmópolis, conhecido como buraco negro. Os ataques aconteciam na região onde existe um longo aclive.
Entre os detidos estão os líderes do esquema: David Barbosa Filho, Marcelo Moreira Contijo, José Orlando de Souza Serafim, o Bahia, e Clóvis Aranha Próbio, o Baixinho.
Os caminhões tanques desapareciam dos equipamentos de monitoramento e horas depois eram abandonados a, pelo menos, 50 quilômetros do local. Todo combustível havia sido descarregado. A equipe da 2ª Divecar realizou um trabalho de levantamento empregando setor de Inteligência. Horários dos ataques, locais de encontro dos caminhões, câmeras de segurança das rodovias e análise de possíveis envolvidos permitiram revelar a estrutura organizada da quadrilha.
O próprio ataque é realizado como uma precisão logística. O caminhão é cercado na rodovia e “desaparece” devido ao uso de dispositivos inibidores de sinais de rastreamento. A próxima etapa é descarregar os produtos em grandes tanques dentro de empresas especializadas nesse tipo de transporte. Mas com um detalhe: as firmas pertencem a liderança da quadrilha.
O destino dos combustíveis, na maioria das vezes, é abastecer a rede de postos da quadrilha instalados em Campinas, Valinhos, Hortolândia, Mogi Guaçu e Piracicaba. A quadrilha conta até com um aparato técnico para evitar problemas de qualidade dos produtos. Um químico orienta procedimentos e manipulações de reagentes para melhorar a qualidade da gasolina.