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Ana Cañas Canta Belchior, no Brasuca, em janeiro; ingressos a partir de R$ 40

Uma das maiores vozes da nova MPB, Ana Cañas, chega ao Brasuca em janeiro, com o projeto Ana Cañas Canta Belchior, sexto álbum de estúdio da artista e o primeiro dela exclusivamente como intérprete. O trabalho é um tributo ao compositor cearense Belchior, morto em abril de 2017. O projeto nasceu a partir de uma live feita durante a pandemia e, o que era para ser um evento único, acabou se tornando um dos maiores mergulhos artísticos da carreira da artista. Ana apresenta o show no dia 21 de janeiro, com ingressos à venda a partir de R$ 40,00. 

A emocionante repercussão do público sobre a interpretação de Ana Cañas, aliada ao mergulho profundo que ela fez na obra do compositor cearense, foram fundamentais para que a iniciativa seguisse e se tornasse o novo trabalho da artista, que arrasta multidões ávidas para cantar a plenos pulmões que “ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”, que virou um verdadeiro hino da superação pós pandemia.

‘Alucinação’, ‘Sujeito de Sorte’, ‘A Palo Seco’, ‘Paralelas’ e outros sucessos de Belchior ganham interpretação única carregados de sentimento da moça, uma das novas revelações da nossa música. 

Produzido pela própria Ana Cañas em parceria com Fabá Jimenez, o Ana Cañas Canta Belchior está disponível em áudio em todas as plataformas de streaming e também como álbum visual no YouTube.

Redescobrindo Belchior

Antônio Carlos Belchior, que gravou a maioria de seus sucessos nos anos 1970, foi redescoberto pelo público durante a pandemia do Covid-19. O cantor e compositor envolvido em várias polêmicas sobre seu desaparecimento, também ficou conhecido por escrever músicas de cunho social, que questionavam a década de 70. 

Nesses últimos anos, suas músicas foram redescobertas por uma nova geração de fãs, principalmente após a interpretação de artistas como Los Hermanos, Emicida e Ana Canãs, o contexto político-econômico atual e até a volta do vinil.

O professorIvan Vilela, da Universidade de São Paulo (USP)*, acredita que todas as músicas do disco ‘Alucinação’, lançado em 1976, se destacam porque, à época, ele era um jovem nordestino inconformado com o preconceito e com dificuldades de aceitar “a realidade opressora de uma elite que oprime historicamente as classes subalternas”. Vilela afirma que Belchior propunha mudanças para o mundo.

“Tanto que, em sua música ‘Apenas Um Rapaz Latino-Americano’, ele questiona o posicionamento de Caetano Veloso achar tudo maravilhoso no Brasil, quando diz: ‘Mas trago de cabeça uma canção do rádio; em que um antigo compositor baiano me dizia; tudo é divino tudo é maravilhoso’”.

Na mesma linha, o professor Ivan Vilela* declara que as músicas do cantor continuam mostrando temas atuais. “Mesmo ele sendo dos anos 1970, o tempo passou e nós só incorporamos tecnologia: a mentalidade é a mesma. Então, sempre será interessante. Ele (Belchior) fala de coisas que são necessárias”.

“A música popular tem essa característica cronista de narrar a realidade.”

Belchior, que morreu no dia 30 de abril de 2017, aos 70 anos, deixou uma extensa trajetória musical, com dezoito discos lançados. 

​*Trecho de entrevistas concedidas a https://fatorrrh.com.br em 2 de maio de 2022, na ocasião dos cinco anos da morte do cantor.  

Serviço: Ana Cañas Canta Belchior

Quando: 21 de janeiro, a partir das 22h.

Ingressos: https://brasucabar.com.br/ana-canas-canta-belchior-veri-dj-digao/

O Brasuca fica na Avenida Santa Isabel, 200 Barão Geraldo, Campinas/SP.