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Após acidentes em vias urbanas, Paulínia segue orientação da OMS e inicia fiscalização da velocidade no dia 8 de abril

No site www.paulinia.sp.gov.br/fiscalizacao está a relação completa da localização dos aparelhos

Os acidentes em Paulínia são temas frequentes nos noticiários locais. De acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado, em 2024 foram 239 vítimas por lesão corporal culposa em acidentes de trânsito e nove mortes. Somente no mês de janeiro, foram 21 vítimas.

Para prevenir esses acidentes e mortes, a partir de 8 de abril, a Secretaria de Mobilidade e Transportes da Prefeitura de Paulínia colocará em funcionamento a fiscalização eletrônica.

Instalados desde 2023, os aparelhos já foram aferidos pelos órgãos responsáveis e sinalizados com placas, conforme determina a respectiva legislação.

A fiscalização eletrônica contará com equipamentos de monitoramento de excesso de velocidade, de avanço semafórico, de altura, de peso, lombadas eletrônicas e lombadas educativas. Para a implantação foi realizado um estudo pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). 

Em um vídeo postado nas redes sociais da Prefeitura, o diretor de Comunicação, Thiago Amaro explica o funcionamento da fiscalização. A partir do dia 8 de abril, a fiscalização eletrônica começará a funcionar em Paulínia. “Agora, em abril, teremos radares que irão penalizar aqueles que avançarem o sinal vermelho ou excederem a velocidade permitida nas nossas vias. E também teremos radares educativos, ou seja, eles não irão punir, apenas educar as pessoas que transitam pelas vias”, afirma.

A Organização Mundial de Saúde recomenda no mundo todo o uso de medidores eletrônicos de velocidade – os famosos radares – como alternativa para a prevenção de acidentes de trânsito e redução da gravidade, no caso da ocorrência do evento. Os motivos ficam evidentes quando estudos como o realizado pelo IBMEC-RJ apontam que, a cada equipamento de fiscalização eletrônica instalado, são evitados cerca de três óbitos e 34 acidentes por ano. “As tecnologias de trânsito auxiliam órgãos e gestores públicos a pensarem e gerirem mobilidade urbana, além de ajudarem a conscientizar motoristas em relação ao cumprimento das regras e leis de trânsito”, diz Luiz Gustavo

Campos, diretor e especialista em trânsito da Perkons.

Em vias urbanas, a OMS recomenda um limite de velocidade de 50 km/h para reduzir mortes no trânsito, pois a probabilidade de um pedestre ser fatalmente atropelado aumenta significativamente acima dessa velocidade. 

“Nosso foco é a conscientização da população, para que possamos ter um trânsito mais seguro. Não temos como objetivo punir ninguém, mas sim preservar vidas”, comentou o secretário de Mobilidade e Transportes, Valcir Emerick.

No site www.paulinia.sp.gov.br/fiscalizacao está a relação completa da localização dos aparelhos.

DIVULGAÇÃO

Antes da fiscalização eletrônica entrar em operação, a Prefeitura de Paulínia, fará ampla campanha de divulgação com materiais impressos e digitais, que incluem outdoors, faixas, banners, folhetos, cartazes e vídeos.

Projeto de lei Federal prevê máxima de 50 km/h em todas as cidades

Velocidade é um dos principais fatores das mortes no trânsito. O assunto já foi amplamente discutido no mundo inteiro e também aqui no Brasil, na década passada, quando algumas cidades começaram a reduzir os limites de velocidade. O caso mais emblemático é o de São Paulo, em 2015, quando a cidade estabeleceu novos limites nas avenidas Marginais, o que gerou uma grande celeuma envolvendo imprensa, vereadores, especialistas em trânsito e organizações da sociedade.

Há hoje uma tendência mundial de reduzir os limites de velocidade pelo menos nas cidades, onde pessoas a pé ou em bicicletas podem se tornar vítimas de atropelamentos. Sejam elétricos, híbridos ou a combustão, os veículos automotores se transformam em armas perigosas quando conduzidos em alta velocidade. A Europa trabalha com o máximo de 30 km/h nas zonas centrais. No Brasil, perduram ruas e avenidas com velocidades regulamentadas de 60, 80 e até 90 km/h, incompatíveis com núcleos urbanos.

Nasceu dessa constatação o Projeto de Lei 2789/2023, que busca atualizar a legislação brasileira em dois pontos:

1) Redução da velocidade para 50 km/h nas cidades. Vias coletoras permanecem com limites de 40 km/h e vias locais continuam com limites de velocidade de 30 km/h.

2) Regulamentar a fiscalização pela velocidade média do veículo entre dois pontos. Isso reduz o comportamento de risco de acelerar entre dispositivos de prevenção de acidentes, como os radares.

 O projeto de lei tem como referência as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 50 km/h em centros urbanos, por ser a maior velocidade diante da qual veículos bem desenhados fornecem proteção para seus ocupantes em caso de colisão lateral. Foi proposto por organizações da sociedade civil, entre elas a União dos Ciclistas do Brasil (UCB), a Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), Fundação Thiago Gonzaga e Instituto Alana. A proposição leva a assinatura de deputadas e deputados de diversas regiões do país, de partidos que representam todo o espectro político.