Convenção do Partido Progressista definiu apoio ao pré-candidato a prefeito
O diretório municipal do Partido Progressista em Paulínia, o PP, confirmou o nome do ex-petista Dixon Ronan Carvalho como seu candidato a prefeito nas eleições de 2 de outubro. A convenção aconteceu na noite de quarta-feira, dia 20, no bairro Recanto do Lago.
Derrotado três vezes na tentativa de chegar à Prefeitura de Paulínia, Dixon Carvalho teve passagens polêmicas pelo PT (Partido dos Trabalhadores) e mais recentemente pelo PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), além de se manter no PR (Partido da República) por silenciosos três anos.
Em 2012, o Partido dos Trabalhadores expulsou Dixon e retirou o apoio à sua candidatura. O então candidato encontrou abrigo no coligado PR, onde permaneceu até 2015, trocando a sigla pelo PSDB.
Tanta mudança de última hora o deixou ‘quase sem legenda’ para disputar as eleições. No diretório tucano, a estadia foi curta. Dixon não obteve apoio suficiente para garantir uma possível candidatura nas eleições municipais e decidiu abandonar o partido após seu grupo de apoio ser derrotado na tentativa de destituir o diretório municipal presidido por André Zanovelo.
Na corrida eleitoral de Paulínia, o PSDB recebeu a filiação do prefeito José Pavan Junior e agora integra a atual administração municipal, liderada pelo prefeito e sua vice, Vanda Camargo.
O grupo liderado pelo PP ainda não divulgou possíveis coligações nem nomeou um vice. O prazo limite para os partidos registrarem essas informações e seus candidatos é 15 de agosto, às 19 horas. Antes disso, 5 de agosto, acaba o prazo para a realização de convenções partidárias. A propaganda eleitoral vai de 16 de agosto a 30 de setembro.
Vídeos polêmicos, perda e abandono
de partidos marcam trajetória de Dixon
Em 2008, Dixon propõe manipulação de pesquisa eleitoral em vídeo; então candidato perdeu o apoio do partido e pulou da esquerda para a direita
A trajetória política de Dixon Carvalho em Paulínia é contornada de polêmicas. Dixon disputou três eleições como candidato da esquerda petista de Paulínia. E, nas últimas eleições foi abandonado pelo partido. Já na anterior, o candidato foi flagrado por uma câmera escondida que revelou parte do seu jeito de fazer política.
Em tempos de corrida eleitoral e com pesquisas que já o colocaram na dianteira, vale lembrar, que em 2008, Dixon aparece numa reunião com sua equipe ensinando como os resultados de pesquisas eleitorais são facilmente manipulados. No vídeo, o petista insinua que pesquisas eleitorais podem ser manipuladas. “A pesquisa que o Carlão fez, deu nós um pouco abaixo. Lógico, porque ele fez de segunda, terça e quarta. Quem é os vagabundos que ficam na cidade?”, disse se referindo à uma pesquisa realizada anteriormente e que apontava José Pavan Junior como o preferido dos eleitores.
Na sequencia, Dixon ensina como manipular a pesquisa, aplicando uma quantidade de pesquisa, mas, registrando oficialmente outra quantidade de respostas. “Manda ele fazer 1,5 mil entrevistas e fala [registro oficial] que nós vamos fazer uma de 500, certo? Nós separamos as nossas. Pegamos e registramos. Pronto, acabou. Põe lá: Dixon com 65% e Pavan 15%. Pronto, acabou. E está registrada bonitinha”, disse na época.
O vídeo publicado com exclusividade no site do jornal alcançou a marca de 20 mil visualizações e repercutiu nas redes sociais. Nas imagens o ex-petista é filmado, inclusive, colocando suposto dinheiro ilegal nas meias.
:: FURADA
Mesmo com possíveis dados manipulados para convencer o eleitorado paulinense em 2008, Dixon perdeu as eleições para o atual prefeito, José Pavan Junior (PSDB). Já em 2012, a polêmica sobre o candidato foi outra. Acusado de crime hediondo contra crianças, o então candidato do PT foi expulso do partido às vésperas da eleição. Na época, Dixon migrou para o PR, mas, também perdeu nas urnas.
A denúncia judicial que acarretou sua expulsão do PT foi solucionada e Dixon foi indenizado pela executiva petista. Desde então, o candidato vem mudando de partido na tentativa de ser candidato a prefeito pela quarta vez.
Da esquerda para a direita,
Dixon muda fácil de discurso
Dixon ficou no PR de sua expulsão do PT, em 2012, até o final de 2015, quando simplesmente abandonou o discurso de esquerda que vinha mantendo a quase duas décadas para se filiar à direita peessedebista de Paulínia.
Embora tenha até conseguido alguns aliados no ninho tucano, sem querer disputar as prévias e seguir o Estatuto do PSDB, Dixon pediu para sair e ingressou no PP (Partido Progressista), o partido que detém o maior número de deputados denunciados ao Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção na empresa Petrobras durante a operação Lava Jato comandada pelo juiz Sergio Moro.
Além de Dixon, o ex-PR, Luciano Ramalho também se filiou no PP e assumiu a presidência do Diretório Municipal do partido, que na esfera estadual mantém o ex-prefeito de São Paulo e deputado federal, Paulo Maluf, procurado pela Justiça da França e pela Interpol.
Tanta mudança de última hora o deixou ‘quase sem legenda’ para disputar as eleições.
Mesmo com possíveis dados manipulados para convencer o eleitorado paulinense em 2008, Dixon perdeu as eleições para o atual prefeito, José Pavan Junior (PSDB).