A edição 2020 da Campinas Decor, que irá marcar o aniversário de 25 anos da principal mostra de arquitetura, decoração e paisagismo do interior paulista, terá como cenário o antigo prédio do Cotuca (Colégio Técnico de Campinas), fechado desde 2014 por falta de condições de uso, reforçando a política da Campinas Decor de recuperar imóveis do patrimônio público.
O anúncio foi feito na noite de ontem, quarta-feira, 24 de abril, durante a solenidade oficial de inauguração da edição 2019 da mostra, que será aberta ao público nesta sexta-feira, 26, e seguirá até 16 de junho (leia mais abaixo).
A realização da edição 2020 no Cotuca será possível graças a um convênio de permissão de uso firmado entre a organização do evento e a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), assinado na noite de ontem durante a solenidade, com a presença do reitor, Marcelo Knobel. O termo tem como objetivo a cooperação entre a universidade e a iniciativa privada para a conservação do imóvel.
Construído no início do Século 20 e localizado no número 177 da Rua Culto à Ciência, bairro Botafogo, região central da cidade, o complexo do Edifício “Bento Quirino” foi cedido pela Secretaria de Educação para uso da Unicamp e de 1967 a 2014 abrigou o colégio. Trata-se uma grandiosa construção tombada pelo Patrimônio Histórico, de orientação eclética de tendência neoclássica, projetada pelo engenheiro‑arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo (1851‑1928), considerado responsável pela introdução de novos conceitos para a organização da arquitetura escolar à luz dos ideais de ensino republicanos.
O professor Marcelo Knobel, reitor da Unicamp, ressaltou que a decisão sobre o Cotuca resulta de muitas conversações. “Quando saímos da rua Culto à Ciência, todas as lojas e estacionamentos fecharam, o entorno ficou bastante degradado. Já conversamos com a Prefeitura para aproveitar o momento e recuperar aquela área. O Cotuca é um prédio histórico, considerado um dos projetos mais importantes de Ramos Azevedo e realmente representará mais um grande benefício da Campinas Decor para a nossa cidade – e será um dos maiores desafios, porque o prédio é gigantesco e complexo”, afirmou o reitor durante a apresentação.
O Cotuca vem funcionando em imóvel alugado no bairro Taquaral desde agosto de 2014, devido à interdição em fevereiro do mesmo ano do prédio doado pelo abolicionista Bento Quirino dos Santos, com breve interim das atividades no campus da Unicamp em Barão Geraldo.
Após a realização da mostra e o trabalho de recuperação que será realizado pela organização, expositores, patrocinadores e fornecedores, o colégio poderá voltar a funcionar no local e a expectativa é de que isso aconteça já em agosto de 2020.
Campinas Decor 2019
Um casarão construído no final do século 19, em pleno bairro Cambuí, “coração” da cidade, abriga de 26 de abril a 16 de junho a 24ª edição da Campinas Decor. Além da total recuperação do imóvel centenário pertencente ao patrimônio público – legado que será deixado ao município – os visitantes poderão conferir as tendências e o que há de mais moderno em artigos para decoração e construção, revestimentos, mobiliário, luminotécnica, automação residencial e tudo o que envolve esse universo.
Foram investidos cerca de R$ 7 milhões para a montagem da edição, divididos entre organização, patrocinadores, expositores e fornecedores – desse total, cerca de R$ 2 milhões foram consumidos apenas nas obras de recuperação. A expectativa é receber um público similar ao dos últimos anos, entre 30 mil e 32 mil visitantes.
São 43 ambientes internos e externos preparados por um time formado por profissionais de renome da cidade e região. A imponência do imóvel, conhecido por ter abrigado o antigo Colégio Ateneu, com espaços amplos e pé direito alto, estimulou a criatividade dos expositores. São salas diversas, lofts, suítes, banheiros e terraços, além de jardins e espaços comerciais e de uso dos visitantes, como restaurante, bar, café e loja, que somam 3.600 metros quadrados de passeio.
Entre as diversas tendências apresentadas, além de muita tecnologia e da crescente preocupação com a sustentabilidade, nota-se o uso de mobiliário e peças de decoração assinados especialmente por designers brasileiros, móveis para área externa produzidos com cordas náuticas e muitas soluções autorais dos expositores. As cores utilizadas são as mais variadas, com destaque para tons terrosos, beges e of-white e também muito preto, além de coral, tom Pantone 2019.
Após a realização da mostra, graças à doação das benfeitorias, o casarão pertencente à prefeitura e tombado pelo Condepacc (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas) será utilizado para abrigar a Secretaria de Educação do município. Serão instalados no imóvel o gabinete da secretária, assessoria jurídica, diretorias e coordenadorias.
A realização da Campinas Decor no imóvel está sendo possível graças a um convênio de permissão de uso firmado entre a organização do evento e a administração municipal. O termo tem como objetivo a cooperação entre o poder público e a iniciativa privada para a conservação do imóvel. Esta é a quarta parceria entre a empresa e a prefeitura, uma vez que Lago do Café (duas ocasiões) e a Estação Cultura também pertencem ao Poder Municipal.