APELO POPULAR
Venho acompanhando a política há anos e nunca vi uma reação popular como a que vem ocorrendo em Paulínia referente à apatia dos vereadores diante do suposto caso de superfaturamento no contrato da merenda escolar. O prefeito foi denunciado e eles, com exceção dos vereadores Kiko Meschiatti e Tiguila Paes, simplesmente não aceitaram investigar. Pois bem, foi de revoltar a cidade mesmo!
A REVOLTA É GERAL
Eu acredito que a reação popular em Paulínia seja reflexo do cenário nacional, tão crítico no momento. Paulínia, na realidade, sempre viu o apoio da Câmara ao prefeito, mas, um apoio referente a projetos e nunca de maneira tão omissa. Afinal, a denúncia, por mais embasada que seja, não representa a condenação de ninguém, apenas requer a averiguação da Casa de Leis. Eles tomaram uma atitude que até pode ser revertida, mas que, com certeza, vai deixar cicatriz.
REFLEXO NAS REDES SOCIAIS
Os comentários no facebook foram muito pesados. Eu até imaginei que haveria muitos ‘fakes’ (perfis fantasmas) entrando para defender o indefensável, mas, nem isso ocorreu, afinal, não havia argumentos. O internauta paulinense foi massivamente contra o posicionamento da maioria dos vereadores e cobrou, mesmo que muitas vezes usando palavras de baixo calão, o trabalho mais básico do vereador, a fiscalização. Muitos já alertaram que passarão a acompanhar as sessões com mais assiduidade. Ótimo!
GOLPE? GOLPE?
Enquanto a população questionava e colocava a Administração e vereadores na berlinda, houve um posicionamento do governo, dizendo que havia uma tentativa de golpe pra cima deles. Aí, eu pergunto: que golpe é esse? Não consegui identificar. O que teve mesmo foi uma tentativa frustrada deles de se vitimizarem, quando, na verdade, o que o prefeito deveria fazer, já que quem não deve não teme, era ir à Câmara e pedir que os vereadores verificassem as contas. Qual é o problema? Eu faria isso se a denúncia fosse contra mim.
GOLPE CONTRA A POPULAÇÃO
O governo falar de golpe é demais. O maior golpe quem está sofrendo é a população. Golpe porque elegeu vereadores que não quiseram fiscalizar e não estão querendo fazer o trabalho devido, se omitindo diante de uma situação tão complexa, mas, que a população tem o direito de saber se existe ou não alguma coisa errada.
PORQUÊ SUSPEITAR?
Esse caso da merenda fez muita gente pensar. O custo é de R$ 137 por aluno e por mais que ele esteja de acordo com o alimento servido, a gente sabe que seria possível manter todas as nossas crianças em colégio particular e em período integral, só com o valor da merenda. Então, ainda que haja a possibilidade de não haver superfaturamento, o que está faltando e muito, é capacidade de gestão administrativa.
CUSTO ABUSIVO
O custo de R$ 137 é um valor abusivo, não por conta do cardápio (que deveria ser muito requintado por esse preço), mas porque daria para alimentar a família inteira da criança. E o prefeito fez isso tirando dinheiro da Habitação e da Saúde. No total, são R$ 13 milhões gastos em apenas seis meses. Se houvesse uma gestão coerente, seria possível servir uma merenda de qualidade sem tirar recursos de outros setores que já enfrentam suas próprias dificuldades. Parece até brincadeira, mas, a Administração não foi eleita pra isso e nós não vamos deixar à revelia. Vamos ficar de olho, averiguando e denunciando o que, no mínimo, causar estranheza.
QUANTA DIFERENÇA
A gente não precisa ir muito longe pra ver diferença entre boa e má gestão. O prefeito de Cosmópolis, José Pivatto, herdou uma cidade em caos, cujo orçamento anual é de R$ 140 milhões e a dívida orçada em R$ 145 milhões. A cidade vizinha tem praticamente a mesma quantidade de alunos que Paulínia e vai muito bem, obrigado. Enquanto que aqui em Paulínia, cidade que arrecada cerca de R$ 90 milhões por mês, as coisas não acontecem e quando acontecem, tudo fica na casa dos milhões. Veja só: o custo do contrato de seis meses para a merenda de Paulínia é quase 10% da arrecadação anual da cidade toda de Cosmópolis. Não é muita coisa?
A DIFERENÇA DA CRISE
Quando a gente olha pra cidades como Cosmópolis, a gente entende melhor o que significa crise, diferente de quando o Dixon assumiu, fez o mesmo discurso e logo em seguida mandou R$ 3 milhões pra Câmara, mais uma vez, transferindo recursos que eram da Habitação. Imagina só quantas famílias da cidade poderiam ter sido ajudadas com esse dinheiro se fosse aplicado em moradia. Afinal, vale lembrar que quem paga uma prestação mais barata, gasta mais no comércio e isso gera emprego pra população e impostos pra cidade. Mas, não, na crise do Dixon, melhor o dinheiro ficar entre os cofres públicos mesmo. Que coisa!
UM FIO DE ESPERANÇA
Pra mim, é tanta incoerência nessa Administração de Paulínia que o prefeito comete um crime administrativo atrás do outro. E como pode os vereadores abrirem mão de fiscalizar? O próprio Kiko e o Tiguila resolveram não deixar o assunto cair no esquecimento e estão atrás das informações. Acredito que estão vindo com susbtância pra dizer o que está certo e o que está errado nesse contrato. Espero que sim, afinal, a esperança é a última que morre.
MANTER A COBRANÇA
Enquanto os vereadores que não aceitaram se acovardar correm atrás de informação sobre esse suposto superfaturamento no contrato da merenda, o povo tem que se mobilizar sim e não só nas redes sociais. Terça-feira tem sessão e essa é a melhor maneira de cobrar os vereadores, já que o prefeito não se acha mesmo. Eles precisam ver que a população não está contente com o que vem sendo feito na Prefeitura e na Câmara. Apesar de terem legitimidade, não podem simplesmente desrespeitar a coisa pública assim!
E O VICE?
O vice-prefeito, Sandro Caprino, anda silencioso e muita gente está esperando seu posicionamento sobre o cenário político de Paulínia. Afinal, o vereador Kiko Meschiatti foi o vereador mais votado da cidade e é do seu partido (PRB), mas, desde a semana passada declinou do cargo de líder de governo na Câmara. Embora, não esteja assumindo uma postura de oposição, Kiko disse que vai manter suas reivindicações. Bati um papo com ele essa semana e a premissa é trabalhar pela população de Paulínia, seja isso encarado como situação ou oposição.
E OS SECRETÁRIOS?
Mais um e já o quarto secretário de Dixon pediu pra sair. Agora foi o da Saúde. Uma Comissão está apurando, em sigilo, a causa das exonerações e ao que tudo indica, esses secretários não quiseram assinar outros contrato emergenciais como o da merenda. Dizem a bocas miúdas que o prefeito não aceita ‘não’ como resposta e mandar ‘cortar a cabeça’ mesmo. Vamos ver o que a Comissão vai poder confirmar pra gente depois e o quão certo ou errados estavam o prefeito ou os secretários…
E O HOSPITAL?
Também vieram me contar que estão preparando uma situação para garantir a terceirização do Hospital Municipal de Paulínia. A meta é deixar o caos tomar conta, mantendo o povo passando por necessidade até de cirurgia, para depois contratar uma OS (Organização Social) para administrar o HMP a um custo de R$ 4 milhões por mês. Não sou contra a terceirização, mas, se desse jeito, além mau caratismo é falta de humanidade. Não é à toda que o médico renomado pediu pra desocupar o cargo de secretário. Eu faria o mesmo!
FAZ COMO O DÓRIA EM SP
Vale lembrar que se a Prefeitura está quebrada, como terá dinheiro para garantir a contratação de uma OS de R$ 4 milhões por mês? Além disso, porque ao invés de contratar uma organização social, não faz como o prefeito de São Paulo, João Dória, que acabou com as filas de exames contratando hospitais particulares da cidade? A gente tem aqui em Paulínia o Samaritano, que tem plenas condições de atender a demanda emergencial da cidade. A empresa já faz isso nas outras quatro cidades onde tem hospital e funciona muito bem. E, além disso, o dono do Samaritano mora em Paulínia!
MECÂNICO X TROCADOR DE PEÇAS
Pra mim, esse prefeito não entende do que está fazendo. É um trocador de peças. E embora eu reconheça que ao menos a Secretaria de Turismo esteja fazendo um bom trabalho, afinal, o carnaval foi um sucesso e vem um rodeio com entrada gratuita para os paulinenses, não cabe num momento desse, uma confraternização entre prefeito e vereadores. Vocês sabiam que no mesmo horário do coquetel de lançamento do rodeio, os vereadores Kiko Meschiatti e Tiguila Paes estavam no hospital, fazendo o trabalho deles de fiscalizar a acompanhar o desempenho do serviço público? Bom, é por isso, que apesar de ser muito a favor dos eventos, fica aqui meu repúdio ao prefeito e aos vereadores que priorizaram posar juntos e de bacanas pra foto na última semana, como se nada tivesse acontecido!