
O Valor Econômico desta semana trouxe, sob o título “Fatia de trabalhadores disponíveis ‘encolhe’ depois da pandemia” informações bem realistas. Chama a atenção este trecho: “Na lista de possíveis influências para que parte das pessoas permaneça fora da força de trabalho, especialistas apontam o aumento do valor do Auxílio Brasil – que foi elevado no fim de 2021 em relação ao que era pago pelo Bolsa Família -, a perda de experiência de trabalhadores e alguma mudança na estrutura do mercado de trabalho no pós-pandemia e nas decisões das famílias em relação à oferta de trabalho. Além disso, lembram que, por causa do perfil desta crise, muitos dos trabalhadores ocupados passaram diretamente para a inatividade. ‘A população fora da força de trabalho caiu 9 milhões desde o auge em 2020, mas ainda está um pouco alta. Isso explica parte da queda do desemprego, pois ainda tem muita gente que não voltou ao mercado de trabalho. Tem gente que saiu e vai voltar, mas tem quem jamais vai voltar. Há pessoas que não voltam porque ficaram mais velhas, porque perderam experiência, ficaram defasadas, o mercado está demandando outras coisas… Acreditam que não terão condições de conseguir ocupação no mercado’, diz o professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), João Saboia.”
Por outro lado, um levantamento feito pela Harvard Business Review, por exemplo, mostrou que apenas 34% dos profissionais dos mais de 3.600 entrevistados disseram buscar posições de liderança. Outra pesquisa feita pela consultoria de recursos humanos Robert Half indicou as principais preocupações dos trabalhadores ao abrir mão da alta hierarquia na empresa: “de um lado, a preocupação de, ao ocupar o cargo, não conseguir equilibrar o trabalho e a vida pessoal; do outro são sobre competência, ou seja, dizem respeito a quão pronto o profissional se percebe para a nova posição”.
De novo, novamente, mais uma vez voltamos à mesma pergunta: o Brasil está fazendo hoje a lição de casa para o futuro do mercado de trabalho?