Durante o debate, o diretor Caue Nunes e o roteirista e jornalista João Nunes conversaram sobre o curta ‘Meu Avô e Eu’, que compete aos prêmios da categoria regional. Caue Nunes, que venceu três prêmios ano passado com o curta ‘Quem Será Katlyn?’ (júri popular, direção e montagem), falou sobre o processo de construção do roteiro e sobre a proposta do filme. “Não houve pesquisa de campo. Esse não é um filme autobiográfico. Mas tem um caráter pessoal porque eu já fui atrás de emprego, já passei por isso”.
Bem recebido pelo público e pela crítica, ‘Eu Não Quero Voltar Sozinho’ levantou questões sobre sua temática, que envolve a descoberta da sexualidade. “O filme é mais sobre o despertar da sexualidade do que um filme gay”, defendeu o diretor Daniel Ribeiro. Ele falou ainda sobre a ideia de desenvolver o argumento do curta e transformá-lo em longa. “Não vai ser exatamente a mesma história, mas será sobre um adolescente cego se descobrindo gay”, adiantou.
Bastante elogiado, o ator Ghilherme Lobo contou qual a maior dificuldade para interpretar o garoto cego protagonista do curta. “A parte do cego foi a mais difícil. Não tenho formação em cursos de artes cênicas, então tive bastante preparação para eu interpretar um cego, aulas de braile, aprender a andar de bengala”, disse.
Criticada pela duração e ritmo do documentário “As Cartas Psicografadas de Chico Xavier”, a diretora Cristiana Grumbach defendeu seu trabalho. “Apesar de sentir uma sessão calorosa, ficou claro para mim que preciso tirar um dos depoimentos do filme, já sei até qual é. Acho que isso vai dar mais fôlego para o longa”, afirmou.
A diretora fez questão de reforçar que o filme não é sobre o espiritismo. “Parti de uma inquietação: como é receber uma carta psicografada pelo Chico. Eu não queria entrar na questão espírita propriamente, se é verdade ou mentira, mas qual o sentimento que produz. O luto dessas famílias se cristalizou. A dor delas ainda está viva como se fosse uma ferida aberta. Só pude perceber isso durante as filmagens”.
O elenco jovem, que está basicamente estreando no cinema, e a equipe de produção da ficção ‘Desenrola’ também participaram do debate. “O projeto surgiu porque eu queria fazer um filme sobre a primeira vez e virgindade”, explicou a diretora Rosane Svartman. Fizemos uma série para a GNT que funcionou como pesquisa, uma websérie, conversamos com os adolescentes, circulamos por vários colégios do Rio”.
Segundo a diretora, a intenção foi fazer um filme não sobre adolescente, mas para adolescentes. O filme, ainda sem data de estreia, já tem uma série engatada para exibição em um canal por assinatura. “Serão 20 episódios de 15 minutos em um formato novo. Vamos começar a filmar agora, e a série vai seguir dois personagens do longa em várias situações cotidianas”, disse.
Todos os dias, a partir das 10h, nos Estúdios de Paulínia, os filmes em competição exibidos na noite anterior participam de debates que contam com a presença de jornalistas e público em geral (confira programação completa no site www.culturapaulinia.com.br).