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Dia da Consciência Negra: como o racismo afeta as crianças e os adolescentes negros no Brasil

O dia 20 de novembro é o Dia da Consciência Negra, uma data que homenageia Zumbi dos Palmares, líder do maior quilombo do Brasil, e que busca refletir sobre a situação dos negros na sociedade brasileira. Infelizmente, o racismo e a discriminação ainda são realidades que afetam milhões de crianças e adolescentes negros no país, prejudicando seu desenvolvimento e seus direitos.

Segundo um relatório do UNICEF, as crianças e os adolescentes de grupos étnicos, linguísticos e religiosos marginalizados estão muito atrás de seus pares em habilidades de leitura, acesso a serviços de saúde, nutrição e aprendizado, registro de nascimento e sistema de justiça. A discriminação e a exclusão aprofundam a privação e a pobreza intergeracional e resultam em piores resultados de saúde, nutrição e aprendizado para as crianças e os adolescentes, maior probabilidade de encarceramento, taxas mais altas de gravidez entre as adolescentes e taxas de emprego e rendimentos mais baixos na idade adulta.

Esses dados mostram como o racismo estrutural e a discriminação colocam crianças e adolescentes em risco de violação de seus direitos e de negação de suas histórias e culturas. O racismo também causa impactos psicológicos e sociais nas crianças e nos adolescentes, que podem se sentir inferiores, rejeitados ou ameaçados por sua cor de pele, cabelo, traços ou origem. O racismo pode afetar a autoestima, a identidade, a confiança e a saúde mental das crianças e dos adolescentes negros.

Por isso, é fundamental que nós como sociedade reconheçamos e combatamos o racismo e a discriminação contra crianças e adolescentes negros, promovendo a igualdade de oportunidades, a valorização da diversidade e o respeito aos direitos humanos. A educação é um dos principais instrumentos para essa mudança, pois pode contribuir para a superação do racismo nas escolas e na sociedade, estimulando o ensino e a aprendizagem da história e da cultura afro-brasileira.

No Dia da Consciência Negra, convido você a refletir sobre as situações do cotidiano em que a criança negra sofre perdas em relação à criança branca, quais são os seus maiores medos e dificuldades, e como podemos contribuir para uma infância sem racismo. Afinal, proteger os direitos de cada criança – seja ela quem for, venha de onde vier – é o caminho mais seguro para construir um mundo mais pacífico, próspero e justo para todos.

Como esse texto toca você?

André Luís de Oliveira

Pai da Giulia, Coordenador do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos no Paulínia Racing e conselheiro do CMDCA Paulínia

@profandreoliveira