Um grupo de 29 estudantes com síndrome de down faz parte do total de 334 alunos da Rede Municipal de Ensino de Paulínia, desmitificando estigmas e preconceitos, lemas que os profissionais que trabalham com pessoas com essa alteração genética sempre alertam no dia 21 de março. Essa data foi oficialmente estabelecida em 2006 como o Dia Internacional da Síndrome de Down.
De acordo com Valéria Serra de Freitas Guimarães, representante da Secretaria Municipal de Educação no Conselho da Pessoa com Deficiência de Paulínia, nesta 12ª edição de celebração da data, o Conselho vem chamar a atenção sobre as capacidades das pessoas com a Síndrome de Down. “Eles têm gostos específicos, personalidade própria e vocações, ou seja, a síndrome não os define”, afirma Valéria.
Em Paulínia, segundo Valéria, 334 alunos com deficiência estão matriculados em escolas regulares (creches, EMEIs e Ensino Fundamental) e integram o público alvo da Educação Especial, que compreende transtornos globais do desenvolvimento e pessoas com altas habilidades/superdotação. Do total, 29 alunos têm Síndrome de Down: sete em creches, cinco em EMEI’s e 17 no Ensino Fundamental I. Todos recebem Atendimento Educacional Especializado (AEE) na Rede Municipal de Educação.
Sobre a data, Valéria ressalta que dentre os 365 dias do ano, o “21/03” foi inteligentemente escolhido porque a Síndrome de Down é uma alteração genética no cromossomo “21”, que deve ser formado por um par, mas no caso das pessoas com a síndrome, aparece com “3” exemplares (trissomia).
“A ideia surgiu na Down Syndrome Internacional, pelo geneticista da Universidade de Genebra, Stylianos E. Antonorakis, e foi referendada pela organização das Nações Unidas em seu calendário oficial. A Síndrome de Down foi descoberta em 1862 pelo médico britânico John Langdon Down, por isso leva seu nome”, conta a profissional.
Responsável pelo Departamento de Educação Especial da SMDE, Valéria reforça a importância do uso das termologias corretas para fazer referência a pessoas com a Síndrome. “Você pode achar que Síndrome de Down soa como uma expressão muito técnica. Mas é o termo correto. Diga por exemplo: ‘Maria, uma pessoa com Síndrome de Down’, ou mais simples, ‘Beatriz, uma criança com Down, ou criança Down’.
De acordo com a profissional, o uso de termos como mongol e mongoloide são proibidos por lei em várias cidades dos EUA e no Estado da Califórnia, pois refletem o preconceito racial da comunidade científica do séc. 19. “Sabemos que não podemos trocar a linguagem pela legislação. Mas podemos mudá-la com sua ajuda, se desejamos falar ou escrever numa perspectiva inclusiva. Reforço ainda que as pessoas não sofrem com Síndrome de Down, não existe nenhuma dor envolvida. Nós pensamos neles como pessoas, com direitos e deveres como qualquer indivíduo”, finaliza.