Estudo sobre valores apresentados na LDO e no PPA foi feito pelo contador Sanzio Rodrigues. Em seu perfil no Facebook, ele fez as contas e a previsão para o futuro financeiro do município não é nada promissor
Nesta semana, o ex-secretário de Negócios da Receita de Paulínia, contador e empresário Sanzio Rodrigues utilizou as redes sociais para fazer um alerta sobre o futuro financeiro do município de Paulínia. Em um vídeo postado no seu perfil do Facebook, o contador afirma que se o prefeito Dixon Carvalho (PP) seguir o planejamento da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e do PPA (Plano Plurianual), até 2020 a cidade terá uma dívida acumulada que chegaria a R$ 436 milhões.
A LDO e o PPA têm como finalidade determinar como deverão ser distribuídos os recursos do orçamento do município para o ano seguinte. Sanzio explica que no documento que prevê os gastos em 2018 enviado à Câmara, há diversas questões que deveriam receber um pouco mais de atenção, entre elas, o quesito Receitas de Capital/Operações de Crédito, que segundo ele, trata-se de empréstimos.
“Em 2018 Paulínia deve arrecadar R$ 1 bilhão e 360 milhões de reais e desse valor, cobrindo todas as despesas correntes, a estimativa é que esteja disponível R$ 140 milhões para investimentos, que seriam obras, reformas e necessidades do município”, disse no vídeo e alertou: “No orçamento, lá em Receitas de Capital/Operações de crédito, que são empréstimos previstos para os anos de 2018, 2019, 2020 e 2021, somamos um total de R$ 560 milhões, ou seja, se o prefeito Dixon permanecer até 2020, só de dívidas de empréstimos ele vai deixar a Prefeitura com 436 milhões”.
Na opinião de Sanzio, o assunto é grave e precisa ser melhor explorado. “No meu ver, é desnecessário e uma falta de responsabilidade por parte da administração pública uma cidade que tem a condição de fazer os investimentos e ainda sim buscar empréstimos e onerar o orçamento futuro para os próximos anos. Sou contra esses empréstimos e fica aqui o meu alerta. É importante que os vereadores se atentem para este detalhe no orçamento porque muito me preocupa no futuro”, disse.
Sobre o valor anual que sobraria para investimentos, o contador disse que o montante seria melhor utilizado nas obras de reforma e construções de pontes no município.
“Fizemos um levantamento das necessidades de obras novas, obras de reforma, incluindo a ponte da Rhodia, a nova ponte de acesso ao bairro João Aranha, recapeamento, tapa buracos, e tudo o que é necessário ser feito na cidade.
Temos estimado uma média [de gasto] de R$ 300 milhões, ou seja, considerando que em 2018 teremos 140 milhões disponíveis, se considerarmos um fluxo de três anos, estamos falando em 420 milhões. Daria para fazer todas essas obras e ainda sobraria mais de 100 milhões no caixa, que poderiam ser investidos também em conjuntos habitacionais para acabar com o déficit de habitação na cidade”.