
O Valor Econômico da última terça-feira (26/07) estampou uma manchete extremamente preocupante: Covid piora mercado de trabalho para menos escolarizados. De acordo com o jornal, “trabalhadores menos escolarizados estão com mais dificuldade para retornar ao mercado de trabalho, depois do choque da covid-19. O número de pessoas ocupadas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto ainda está abaixo do nível pré-pandemia, apesar da recuperação do emprego neste ano, segundo levantamento feito por Janaína Feijó e Paulo Peruchetti, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).”. Segue a matéria dando conta que “no levantamento feito a partir de microdados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (Pnad) Contínua trimestral, os economistas lembram que no primeiro trimestre de 2022, quase dois anos após o início da crise sanitária, o mercado de trabalho brasileiro conseguiu voltar ao patamar anterior à pandemia. Mas a quantidade de trabalhadores com baixa escolaridade ainda não havia retornado ao nível reportado em 2020, segundo o levantamento, publicado no Boletim Macro, do FGV Ibre.” Cabe destacar o seguinte trecho: “O que observamos é que na recuperação da pandemia, a partir do segundo semestre de 2021, a atividade econômica vinha puxando a recuperação do mercado de trabalho, mas inicialmente em setores relacionados à indústria, que requerem pessoas mais qualificadas”, afirma Janaína.
Coincidentemente, no mesmo dia, a Plataforma Gente, da Globo, divulgou os dados da pesquisa “O brasileiro ama as redes sociais”. De acordo com ela, o Brasil é o 2º colocado no ranking dos principais países classificados pelo tempo médio diário gasto usando redes sociais. Uma média de 3 horas e 46 minutos por dia, perdendo apenas para Filipinas. A geração Z é a que passa mais tempo conectada às redes sociais, consumindo conteúdo nas plataformas preferidas como Instagram e YouTube por até 12 horas por dia. Os dados também mostram que em comparação com o ano anterior, 53% dos entrevistados aumentaram o uso das redes e 54% afirmam que o uso vai permanecer igual no futuro. O estudo mapeou o comportamento e as preferências dos usuários em todo o Brasil. Para isso, ouviu a população com mais de 18 anos, das classes A, B e C, das cinco regiões do país e que acessaram redes sociais nos últimos 30 dias.
E aí? Talvez seja essa a pergunta mais instantânea que possamos formular. Em vez de criarmos eruditos tecnológicos, estamos gerando zumbis eletrônicos. Nada contra as redes sociais. São elas um caminho sem volta e, se bem utilizadas, um grande canal de informação. Mas quando lemos repetidas notícias sobre a falta de mão de obra qualificada, vemos empresas – principalmente as de tecnologia – praticamente implorando por profissionais com cursos online gratuitos à disposição de todos e nos deparamos com essa “montanha” de horas gastas, na maioria das vezes, meramente bisbilhotando a vida alheia ou postando selfies sem sentido, só resta perguntar: e aí?
Nesta, completamos 100 edições desta coluna. A você leitor, meu muito obrigado pelo carinho e companhia!