O Jornal Tribuna conseguiu uma entrevista exclusiva com a Simone Moura, parente do candidato impugnado Edson Moura sobre não o apoiar nas eleições municipais. Simone foi vereadora e vice-prefeita em Paulínia e rompeu relações com ele após divergências politicas. Simone relembra fatos que marcaram a trajetória de Edson e afirma que ele hoje não tem apoio da classe politica por traições, mente descaradamente e perdeu o crédito com a população pelos diversos escândalos e processos com a justiça.
Você teve alguma divergência de ideias com o seu parente impugnado Edson Moura?
Pergunta muito bem colocada. Cheguei a ser vice-prefeita do Pavan, indicada por ele. Na época eu fiquei um pouco reticente, porque eu poderia ser tanto indicada como o Jurandir Matos. E ele, naquela época, indicou o Pavan, o maior adversário político que ele teve na história de Paulínia, fato, que por sinal, desagradou muito. Isso me entristeceu o Jurandir tinha condições de assumir, ele estava no pleito, nas pesquisas também, tinha sido vice duas vezes dele. Eu me sentiria confortável em ser vice do Jurandir Matos. Então, ali já começou uma divergência política.
Porque a gente sabia que o Jurandir tinha condições de ser candidato, tanto eu como ele, mas a tendência é de que ele seria o escolhido. Não estava entendendo porque ele pegar o maior adversário dele na época e colocar ele como candidato a prefeito e eu de vice. Tanto que eu acabei tendo divergências com o Pavan, logo no início. Em menos de um ano, o Pavan rompeu com ele e comigo, porque eu não consegui realizar o que eu gostaria de fazer pela cidade, que é minha cidade adotiva, que eu amo tanto.
Na verdade, ele começou a errar daquela época pra cá. Então, quer dizer, ali já teve um desgosto da minha parte, porque não fazia sentido. E ele ficou sem governar a cidade durante os quatro anos. E sem a vice, que eu estava do lado, que eu não concordava com as ações também do Pavan. Mas foi uma escolha dele, exclusiva dele, porque ninguém batia de frente com o Edson na época. Ali começou a decadência política dele, começou a perder os seus aliados, inclusive a mim e o Jurandir. E, daí em diante, ele, na verdade, teve vários problemas judiciais e tudo mais, que acabou ele não poderia mais ser candidato e colocou o Edson Moura Júnior.
E o Edson Moura Júnior também ficou inelegível. Então, virou uma guerra jurídica, depois ele apoiou o Dixon, não o Pavan, que ele tinha levantado a mão, e acabou apoiando o Dixon contra o Pavan. O Dixon ficou, aí começou a instabilidade política, tudo que nossa cidade não merecia. Então, hoje, existe um arrependimento muito grande porque eu não tinha essa visão do Edson. Eu sempre acreditei nele, como muitas pessoas acreditaram.
Tanto que hoje ele não tem ninguém ao seu lado politicamente forte. A gente, é claro, viu. Tanto que ele teve que colocar a esposa dele de vice, que é uma coisa totalmente surreal, inadmissível. Se você vê no Brasil inteiro, nem nas cidadezinhas mais do Nordeste, que imperam as pessoas que têm poder, lá os coronéis, colocam a esposa de vice. Então, não foi uma questão dele querer, foi uma questão por não ter opção.
Nenhum político da cidade hoje apoia ele, porque sabe que ele vai usar e trair todos aqueles que o ajudaram a se eleger, o que ele não conseguiu sozinho. Ele se elegeu com uma massa de políticos. Ele não só enganou esses políticos, que sempre ajudaram, mas também quem cresceu do lado dele, ele não deixou se destacar. Enganou o povo, porque esses políticos tradicionais da cidade, que realmente fizeram pela cidade, construíram com ele algumas benfeitorias na cidade, teve o apoio dele, que através dele tiveram o apoio da população.
E aí começaram todas essas improbidades administrativas, com todos os problemas de ações que ele mesmo causou perante ao Judiciário. Tanto que ele foi condenado por colegiados. Então não sou eu que estou vendo, não são os políticos da cidade. É o Judiciário também. Então nós temos que respeitar a decisão do Judiciário. E ele insiste em ser o que hoje ele não mais é.
Cabos eleitorais do candidato impugnado estão dizendo que você é traidora por apoiar Danilo Barros, o sucessor de Du Cazellato. Qual a sua opinião sobre isso?
Eu estou sendo entrevistada aqui e com muito orgulho posso esclarecer essa situação. Eu acho que não é uma questão de traição. Se a gente analisar a história dele política, quem traiu todos os seus parceiros foi ele. Ele traiu a mim e o Jurandir.
O Jurandir foi vice dele. Eu fui vice dele do Pavan Indicado. O Cícero que fez uma campanha diretamente com a Nani foi trocado simplesmente, na última hora. Ele colocou uma outra pessoa, sem expressividade nenhuma, que foi o Coronel Furtado, e poderia ter mantido o Cícero, que foi um guerreiro ao lado dele. O Palito, que esteve ao lado dele e depois saiu na última eleição agora, que estava com a Nani. Prometeu mundos e fundos, e não honrou as pessoas que estão ao lado… E diversas pessoas, o Laércio, que sempre foi um soldado leal pra ele, já teve três vereadores na Câmara, hoje presidente do DC, que vai fazer aí seus vereadores, um partido forte, um rapaz totalmente leal a ele. Temos aí vários nomes que eu poderia estar citando aqui, né? O Cícero foi o último, como eu falei, o Bonavita, e o próprio Dalben, ele saiu candidato, fez uma dobradinha com o Dalben, e cogitaram que dois viriam e tudo mais, e hoje um move a ação contra o outro. Até o próprio Dalben, que eles conversavam, vocês sabem disso, fizeram um evento que não deu ninguém, não mostrou força nenhuma e ele insiste nisso, ainda que antes ele arrebatava as multidões e hoje poucas pessoas ainda que têm uma credibilidade em cima dele que vai se acabar.
Quer dizer, se falar de traição, então é o seguinte, ele diz que todo esse pessoal, todo esse grupo que hoje está junto com o Danilo Barros, traiu ele, todos traíram ele. Ele sempre vai se vitimizar. É a maneira de ele fazer, é a maneira de ele governar. Só que isso não cola mais. Sobraram algumas pessoas que ainda têm uma consideração por ele, porque ele fala mentira.
Ele mente descaradamente. Então, não traí ninguém. Eu simplesmente estou com o povo de Paulínia. Eu não vou trair a população paulinense. Que é o que ele faz.
E eu não vou ser conivente com ele referente às mentiras dele. Então, eu amo minha cidade, aqui eu tenho meus filhos, aqui eu tenho meus netos. Como eu falei, ele não honrou nem o nome do filho dele, em termos de preservar o mandato. Ele conseguiu colocar o filho junto com vários processos.
E isso eu não vou fazer com a minha família, porque é meu bem maior. E hoje ele não faz parte disso.
Por que você apoia o Danilo Barros?
Porque, realmente, o Du Cazellato foi um excelente prefeito. Não teve problemas de corrupção, não teve Ministério Público em cima dele, ele fez o que a população precisava, em todas as áreas, esporte, obras, educação e investimento em saúde.
Ele fez tudo pelo povo, que é o que o Edson deveria ter feito. Não fazer aquelas coisas que ele viajava. Tanto que ele fez vários pagamentos para a empresa que faria a revitalização do centro. Milhões foram gastos e nada foi feito. Então, o que acontece?
Dali em diante, é o que eu falei, a gente tinha a obrigação de concordar com ele, porque o Edson sempre foi na linha de ser um ditador. É que ninguém conseguia ver se era do jeito como ele queria. E hoje ele recebe todos esses processos, tudo isso que está acontecendo aí. Ele culpa todo mundo, mas ele não olha para ele. O culpado é ele. Não é de mais ninguém, as pessoas se distanciaram por ele, justamente por causa disso, distanciaram por causa dos processos, coisas ilícitas. Hoje, veja a situação dele, ele briga com a justiça, ele não briga com ninguém politicamente, e aí ele se vitimiza, “eu sou, eu posso e eu vou lá”, e ele continua. Então, eu, estou com o Danilo Barros, indicado pelo Du Cazellato por uma continuidade numa cidade pacífica, sem briga jurídica. Se o Du está confiando no Danilo, eu também estou. E tenho certeza que no dia 6 de outubro nós vamos ser vencedores.
A cidade vai ser vencedora. Não nós. Aqui não é um time de futebol. Aqui é uma situação que todo mundo trabalha junto, povo, poder legislativo e poder executivo. Eu não tenho dúvida que o Danilo vai ser eleito, independente, se o Edson tivesse condições, se tivesse condições de credibilidade de ganhar, os votos dele seriam anulados, eu não tenho dúvida disso, mais uma vez. E o povo vai estar ciente. E na próxima eleição, caso ele venha, que já está com uma idade um pouco mais avançada, mas ele não vai querer largar o osso, ele vai simplesmente ter um problema nas urnas. E é isso que eu tenho a dizer.
Por isso que eu apoio o Danilo Barros, por uma continuidade, por uma Paulínia melhor.
O que você espera para o futuro de Paulínia?
Eu espero do futuro prefeito da cidade, Danilo Barros, indicado pelo Du Cazellato, como eu te falei na entrevista, é a continuidade. Uma Paulínia que tenha o seu progresso. Agora existe um trabalho a fazer, principalmente na área da habitação, que é onde a gente sente que existe essa carência. Esse compromisso Danilo Barros assumiu. Tem o projeto de habitação da terceira idade, em condomínio fechado, que eu gostaria de parabenizar, porque é inédito isso, na cidade de Paulínia, ou na região metropolitana, aqui de Campinas. E a construção de casas populares, inicialmente serão construídas cerca de mil moradias para reduzir o déficit habitacional que temos hoje.
Em cinco anos o Du não conseguiu fazer tudo, mas ele fez uma parte muito bem feita, eu digo que 70%. Então faltou habitação, a continuidade é justamente pra isso. Dar continuidade naquilo que não foi realizado, que é o caso da habitação. Então ele tem o meu apoio, o meu respeito, e é isso que eu espero do futuro prefeito da cidade de Paulínia. Eu não tenho dúvida que esse futuro prefeito, dia 6, vai ser o Danilo Barros.