
Não sei você, mas ainda não ouvi tocar Simone por aí. Apesar disso, é inegável que o espírito natalino chegou e tomou conta dos municípios. Depois de quase dois anos convivendo com altos e baixos de uma pandemia que não tem data para acabar, é tempo de respirar um pouco e refletir bastante. Nós chegamos até aqui. Muitos não tiveram essa chance. Há exatamente um ano, notícias aterrorizantes vinham de todos os lados enquanto nossa esperança era o precioso líquido que precisava jorrar de seringas abençoadas. A vacina só existia na expectativa enquanto a torcida pela politização ia dando a vitória antecipada ao vírus. Hoje, as luzes da cidade trazem a gratidão pelo presente e a esperança em um futuro ainda incerto. Enquanto vamos esgotando todas as letras do alfabeto grego em variantes que parecem infindáveis, novos problemas vão surgindo. E, infelizmente, temos a incrível capacidade de criar novos em cima dos que ainda não solucionamos.
O PIB do Brasil caiu 0,1% no 3º trimestre deste ano, na comparação com os três meses imediatamente anteriores. Esse dado coletado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado nesta quinta-feira (2/12) revela que o país entrou em recessão técnica. Em outras palavras, é dizer que algo não vai bem na economia, que está à beira de uma recessão de fato, ou seja, quando a situação do país se deteriora com alta do desemprego e dos índices de falência, queda da produção e do consumo. Some-se a isso inflação em ritmo acelerado com alta de juros e o cenário obscuro de caótica crise fica definitivamente desenhado. Nesse contexto, estimular a economia é preciso. Principalmente o comércio de bens e serviços que tanto sofreu com o “abre e fecha”, verdadeiros heróis do desenvolvimento econômico. O comércio é a locomotiva da geração de empregos e tanto precisava desse fôlego natalino. Para muitos, depois de praticamente todas as datas festivas terem disso um fiasco de vendas, o Natal era e ainda é uma questão de vida ou morte empresarial: o último suspiro de muitos CNPJ´s. Estimular era preciso. Uma verdadeira massagem cardíaca na contabilidade para dar sobrevida ao paciente.
Críticos sempre existirão. Mas como já dizia Sibelius, “não devemos dar demasiada atenção ao que os críticos dizem. Nunca foi erguida uma estátua em honra de um crítico.”. As luzes de Natal são o necessário combustível para fazer a roda da economia girar. A exemplo da pesquisa que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e a Associação Comercial e Industrial de Paulínia fizeram. De acordo com o levantamento realizado com o comércio local, em função dos investimentos realizados pelo município no Natal, quase 40% dos entrevistados assinalaram a intenção de contratar trabalhadores temporários para o final do ano. Dos entrevistados, 88,9% aumentaram sua expectativa de aumento de faturamento para este Natal. E 66,7% preveem aumento de até 25% em relação ao faturamento do ano passado. Os números podem variar de cidade para cidade, mas fato é que aquelas que investiram em seu Natal trouxeram a esperança de tempos melhores também para seus comerciantes, força vital em qualquer município.
E que esse Natal de Esperança reforce nossa esperança em tempos melhores que, em algum momento, certamente virão. Oremos para que seja em breve!