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Inovação, Inovar a ação por Sami Goldstein

Saindo um pouco do convencional, quero aproveitar estas linhas para relatar duas experiências que vivi nesta semana e que podem ser definidas como “o Brasil que dá certo”, ambas em Curitiba, capital do Paraná. A primeira foi a participação na reunião do Fórum Inova Cidades, iniciativa da Frente Nacional dos Prefeitos que reúne uma rede de secretários e dirigentes públicos unidos pelo objetivo de construir, de forma suprapartidária, uma agenda para promover a inovação em cidades, sendo o principal interlocutor dos municípios brasileiros junto aos demais poderes, às esferas governamentais e à sociedade civil organizada. Na sequência, o Smart City Expo Curitiba 2023, maior evento brasileiro sobre cidades inteligentes e que reúne especialistas em smart cities (cidades inteligentes), representantes das esferas pública, privada, terceiro setor e público em geral para debater e conhecer soluções inovadoras para a melhoria da vida urbana. Uma imersão na transformação dos serviços públicos visando maior conectividade entre todos. Nas palavras da palestrante da abertura do evento, a futurista premiada Cecilia Tham, os gestores públicos devem projetar “cidades que aprendem” para tirar o melhor da tecnologia e reduzir custos para potencializar seu uso.

Inovação é um caminho sem volta. Nesse contexto, só há duas opções: tê-la como aliada ou remar contra a maré, apenas para, no fim, “morrer na praia”, como diz o jargão popular. A dinamização e digitalização dos processos evoluem e continuarão a evoluir em velocidade cada vez mais surpreendente. Precisamos ficar atentos e não perder as oportunidades. Como disse o célebre executivo Jack Welch, referência mundial em gestão, “eu acho que a inovação está ao seu redor. Você vê o que alguém já está fazendo, adapta isto ao seu local e eleva a novos níveis. Este processo nunca para”. E é exatamente este o resultado de tantos debates e trocas de informações nestes dias.  De modo geral, um consenso: a inovação precisa ser trabalhada de forma global. Nos aspectos internos, relativos ao serviço público, tudo começa com gestão. Seja nas esferas federal, estadual ou municipal, o princípio de todo movimento inovador parte de quem dá as ordens. Em seguida, é preciso um intenso trabalho para extirpar vícios e dirimir medos que todo processo transformador traz em ambientes administrativos. Por fim, olhando para fora, nada disso fará sentido sem um amplo programa de inclusão digital com concretas políticas públicas de acesso das massas às tecnologias.

Inovação é inovar a ação. Não é reformar uma casa. Não é apenas fazer o mesmo de uma nova maneira. É construir algo novo. É subir um degrau. É deixar de fazer o “arroz com feijão” e ser disruptivo. Precisamos parar de olhar apenas para o hoje e mergulhar de vez no debate de como será o mundo daqui 15 ou 20 anos. Inovação é uma bandeira que vale a pena defender!

Sami Goldstein – Empregado público federal e secretário de desenvolvimento econômico de Paulínia