Procedimentos humanizados superaram número de cesáreas realizadas no município
Investimentos em novos equipamentos e a adoção de uma política de humanização fizeram com que o número de partos normais superasse as cesáreas em 2015, em Paulínia. De acordo com dados do SUS (Sistema Único de Saúde), no HMP (Hospital Municipal de Paulínia), a proporção de partos normais (via vaginal) foi de 55%, ante 45% para as cesáreas.
Ainda segundo os números do SUS, em 2013 e 2014, a proporção de partos normais em relação às cesáreas na cidade era menor, de 42% e 45%, respectivamente. Com o resultado, Paulínia inverteu a situação em relação ao registrado no país, onde a quantidade de cesáreas é maior (55%). Na rede privada brasileira, esse número chega a 85%.
“Esse resultado é muito positivo e queremos avançar ainda mais, porque o parto vaginal contribui para o empoderamento das mulheres”, disse a médica ginecologista Trícia Lessard, coordenadora do centro obstétrico do HMP.
De acordo com ela, foram adquiridos novos equipamentos que contribuíram para o resultado. Os quatro leitos da sala de pré-parto têm camas elétricas e novos cardiotocógrafos, para monitorar os batimentos cardíacos do bebê na barriga da mãe.
Além disso, dentro do processo de humanização, foram compradas bolas que auxiliam as mulheres em trabalho de parto. A água dos chuveiros é aquecida pela luz solar, porque os banhos quentes relaxam e também ajudam no trabalho de parto.
Os pais também podem acompanhar as mulheres em todo esse processo. Uma lei garante a presença de um acompanhamento da preferência da mulher. Entre as atividades que ele poderá fazer, é a de estímulo ao nascimento da criança.
“O parto vaginal contribui para uma recuperação rápida da mulher, que se reflete no cuidado mais ativo com o bebê nos seus primeiros dias de vida”, afirmou a médica.
Ela contou que as cesáreas também são feitas no hospital, mas somente em casos específicos, quando o parto via vaginal não é possível. Já a cesárea marcada com antecedência só é possível em casos de patologias que impeçam o parto normal.
“Toda essa política está baseada em condutas e legislações do Ministério da Saúde e também da Secretaria de Estado da Saúde. Nossa equipe está treinada para conduzir todo o processo da forma mais saudável e tranquila”, disse Trícia.
Maternidade
As obras de reforma e ampliação do HMP (Hospital Municipal de Paulínia) preveem a implantação da primeira maternidade pública da cidade. Todo o projeto foi desenhado no conceito de humanização da saúde.
Segundo a empresa responsável pelas obras, 75% das ações já foram concluídas. A maternidade ficará no segundo andar da parte de trás do hospital e será a última fase a ser concluída. A expectativa é terminar a maior parte das obras até final de 2016.