
Líder do governo na Câmara, Valadão, justifica retirada de PL que beneficia servidores em detrimento da crise do COVID-19
O vereador Fábio Valadão (PRTB), líder da base do governo da Câmara de Paulínia, divulgou um vídeo em suas redes sociais após a repercussão da sessão ordinária da Câmara desta semana, em que o projeto que reajustaria vencimentos dos funcionários públicos foi retirado da pauta. O prefeito Du Cazellato (PSDB) emitiu nota explicando que, agora todos os esforços estão sendo usados para a contenção do COVID-19.
Defendendo a mesma linha de Cazellato, o vereador começou falando no vídeo que a retirada do Projeto de Lei de concessão da Data Base de 2019/2020 não causaria prejuízos aos servidores e, que neste momento não há como pensar na concessão de abonos, embora toda a classe mereça, em virtude da pandemia. Ele ainda ressalta que o impacto na folha de pagamento seria de R$ 16 milhões, em 2020 e, aproximadamente R$ 27 milhões, em 2021, numa projeção da incorporação, mais férias e 13º salário.
“Nossa reverência aos servidores, que seguram nossa cidade há anos, principalmente ao pessoal da saúde, da limpeza e guardas municipais e a todos que trabalham no diretamente do enfrentamento da pandemia”, começou em tom de reconhecimento. “Ser político, definitivamente, não significa agradar a todos o tempo todo, mas sempre devemos pensar num bem maior. Nenhum servidor perdeu nada com a retirada do projeto. Não houve redução de salário, não há prejuízo para os servidores neste momento”. E convida para reflexão das crises financeiras que assolaram o mundo depois da quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, e a devastação após as guerras, antecipando o cenário econômico que o rastro do COVID-19 certamente deixará em todo o mundo.
“Paulínia tem o comitê de crise, com reuniões sistemáticas para mitigar o grande impacto, especialmente da saúde, com toda a estrutura do município voltada para atender os doentes. Para termos uma ideia, a cidade conta com sete leitos e 12 respiradores, número insuficiente para atender a demanda da população e o governo tem se esforçado para ampliar isso para 34 leitos e 34 respiradores.”
Valadão reforça que a administração municipal está, neste momento, priorizando salvar vidas. “Por isso prefeito e vereadores, entendemos que não significa que o servidor não tenha direito, mas levando em conta os impactos financeiros, e sem saber o que nos espera daqui para frente, diante dos impactos econômicos da crise, entendemos que não é possível conceder esses valores agora. Até sob aspecto moral de responsabilidade dos gestores”, pondera o vereador.
Finaliza, com tom de esperança, dizendo que confia que possamos passar juntos por esse período de dificuldade, e que isso torne novos gestores mais sábios. “Depois que tudo isso passar, vamos criar subsídios para nos reerguer, fomento com empresas, indústrias, autônomos para que a economia reaja. Não é o momento de discutir abono, a data base, porque não sabemos ainda dos desafios econômicos. Quando tudo isso passar, retomaremos o assunto e vamos dar a valorização que cada um merece”, finaliza.