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O que esperar de 2026: tecnologia, regulação e novas rotas de expansão entre Brasil e Europa

Por William Xavier, CEO da Integrance – Finanças e Consultoria

À medida que 2026 se aproxima, empresas no Brasil e no exterior se preparam para um ciclo marcado por avanços tecnológicos, amadurecimento regulatório e uma agenda global cada vez mais orientada à sustentabilidade.

Para organizações internacionais, como investidores, CFOs europeus, PMEs estrangeiras e grupos com planos de entrada no mercado brasileiro, o próximo ano representa tanto desafios operacionais quanto oportunidades claras de expansão.

Consideramos que especialistas do setor contábil e financeiro apontam que o período será decisivo para consolidar a digitalização como base da governança corporativa. O que antes era tendência passa a ser requisito: integração de dados, automação inteligente, indicadores ESG robustos e uma abordagem mais estratégica do compliance.

O avanço tecnológico redefine o papel das áreas contábil e fiscal. A inteligência artificial deixa de ser um apoio pontual para se tornar uma infraestrutura central no backoffice, automatizando conciliações, auditorias contínuas e análises de risco em tempo real. Para empresas multinacionais, essa capacidade analítica será essencial para manter alinhamento entre matriz e subsidiárias – especialmente no Brasil.

Ao mesmo tempo, a obrigatoriedade internacional das normas IFRS S1 e S2 coloca a sustentabilidade no centro das operações financeiras. Mais do que relatar indicadores, as empresas precisam comprovar a qualidade dos dados e demonstrar impacto real, ampliando o protagonismo técnico da contabilidade.

No contexto brasileiro, a transição da Reforma Tributária inaugura uma fase de reestruturação fiscal. Segundo a Contadores CNT, o novo modelo exigirá automação inteligente, integração entre áreas e indicadores confiáveis para transformar a conformidade em um processo mais estratégico e menos reativo. A intensificação da fiscalização eletrônica, via SPED, eSocial e bases integradas, aponta para uma elevação do padrão de controle e entrega contábil no país.

O sistema financeiro global avança para um ambiente mais aberto e digital. No Brasil, o Open Finance ganha velocidade com novas integrações, enquanto as fintechs ampliam sua presença no crédito e nos meios de pagamento. Os criptoativos, por sua vez, passam por maior institucionalização, acompanhados de regulações mais robustas.

Nas tomadas de decisão, CFOs e gestores financeiros passam a trabalhar com modelos preditivos, simulações de cenários e alocação otimizada de recursos baseada em IA. Com a expectativa de um ambiente econômico mais estável, fusões e aquisições tendem a se concentrar em ativos tecnológicos, expansão regional e consolidação de cadeia de valor.

Com mercado consumidor sólido, relevância geográfica e crescente profissionalização regulatória, o Brasil segue sendo um dos principais destinos de expansão na América Latina. A convergência entre digitalização, reformas estruturais e demanda por práticas ESG cria um ambiente atrativo para empresas europeias, americanas e asiáticas.

No comportamento de consumo global, propósito, rastreabilidade e simplicidade emergem como fatores decisivos. O cliente privilegia marcas que entregam clareza e experiência fluida; tendência que impulsiona formatos híbridos, como comércio conversacional e integração total entre físico e digital.

Setores como contabilidade de carbono, educação digital, economia prateada, saúde e longevidade devem ganhar protagonismo na próxima década.

Sobre o autor

William Xavier é fundador e CEO da Integrance | Especialista em Contabilidade Internacional e Negócios Brasil-Alemanha, com atuação em 14 grupos internacionais. Lidera uma equipe multicultural com 11 colaboradores e é referência em reportes internacionais, contabilidade estratégica e comunicação intercultural Brasil-Alemanha.