
De acordo com dado foi apontado no inventário lançado pelo prefeito Jonas Donizette (PSB), Paulínia é a maior emissora na Região Metropolitana de Campinas (RMC) de gases de efeito estufa (GEE), responsáveis pelo aquecimento global.
As atividades do seu polo industrial, especialmente a Replan, são responsáveis pela emissão de 3,98 milhões de toneladas de GEEs, que correspondem a 38,4% do volume liberado pelo conjunto das 20 cidades, dentro de seus territórios.
As emissões da Replan, segundo o inventário, representaram em 2016, ano base da pesquisa, 20% do total das emissões de processo industrial da Petrobras inteira. A Replan responde por 20% do refino de petróleo no Brasil.
O primeiro inventário de emissões de gases de efeito estufa (GEE) da RMC aponta que a região é responsável por 11,2 milhões de toneladas, das quais 85% são emitidas pelos setores de energia estacionária e transportes. Com o lançamento do documento, a região assumirá o compromisso de reduzir as emissões de GEE em 31,8% e em 30,3% os poluentes atmosféricos, gradualmente, até 2060.
A próxima etapa será o detalhamento do plano e a elaboração de minutas dos projetos de lei para as ações que serão desencadeadas na região.
Campinas prevê enviar o projeto à Câmara até novembro, informou o secretário do Verde, Rogério Menezes. Será um conjunto de medidas a serem adotadas pela RMC para cumprir o compromisso de reduzir em 4% as emissões em 2020, em 7,9% em 2030, 15,9% em 2040 e 31,8% em 2060. As metas são ousadas, mas atingíveis, disse Menezes.
O inventário detectou que 4,79 milhões de toneladas de gases da RMC vêm do setor de energia estacionária, o maior emissor. As emissões desse setor são provenientes da queima de combustíveis utilizados, em geral, para produção de vapor ou energia elétrica. Na versão preliminar, o transporte aparecia em primeiro lugar, mas após consulta pública, as emissões da Replan, que contavam como produto do setor industrial, foram realocadas para o setor de energia estacionária.
O transporte, segundo maior emissor, é responsável por 4,67 milhões de toneladas, a maioria por carros, caminhões, ônibus, motos. Outras 850 mil toneladas são emitidas por aviões: 89% pelas aeronaves que pousam e decolam do Aeroporto Internacional de Viracopos, outros 10% vem de Paulínia, especialmente helicópteros, enquanto o movimento aéreo de Americana, Monte Mor e Vinhedo corresponde a 1%.
Os resíduos respondem por 1,06 milhão de toneladas, os processos industriais por 300 mil toneladas, a agricultura por 359 mil toneladas.
O plano de ação, de 202 páginas, propõe para o setor de transporte que toda a frota municipal seja movida a biodiesel, estímulo à circulação de veículos elétricos, ampliação dos corredores de ônibus e faixas exclusivas, requalificação da malha ferroviária para adequação ao transporte de passageiros, criação de um centro de abastecimento de cargas para o aeroporto Viracopos.
Para reduzir as emissões geradas por resíduos, o plano sugere ampliação da coleta seletiva, aterros sanitários apenas para rejeitos, aproveitamento energético do metano em aterros sanitários, uso de novas tecnologias, entre outras medidas. No setor de energia, propõe a ampliação dos sistemas de energia fotovoltaica, e uso energias renováveis, campanhas de conscientização, reduzindo o consumo de energia e o desperdício energético em edifícios residenciais, comerciais e de serviços públicos, adoção de medidas para melhorias na eficiência e na resiliência do parque de iluminação pública com a substituição por luminárias mais eficientes.
Além de medidas de redução dos gases, o plano traz propostas para mitigar as emissões, como incentivo ao estabelecimento de diretrizes metropolitanas para plantio arbóreo e manutenção dos fragmentos vegetais em meio urbano; criação de novas áreas verdes, como praças e parques, bem como manter e qualificar as áreas já existentes; conter a expansão das manchas urbanas municipais; Reurbanizar as áreas com ocupações informais, prevendo a oferta de moradia de interesse social e estimulando a criação de zonas de interesse social em meio ao tecido urbano provido de boas condições de infraestrutura, entre outras.
SAIBA MAIS
O Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa foi feito pela WayCarbon Soluções Ambientais, que venceu a licitação por R$ 420 mil, paga com recursos do Fundo de Recuperação, Manutenção e Preservação do Meio Ambiente (Proamb). As emissões são medidas em toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO2e), resultado das toneladas emitidas do GEE pelo seu potencial de aquecimento global.