A Prefeitura de Paulínia divulgou que está tratando a situação da dengue na cidade como pré-epidemia, com 128 casos positivos. Destes, 97 são autóctones, ou seja, foram contraídos na cidade, e 25 são importados. Outros seis casos ainda estão sob investigação. A prefeitura informou que ainda não há confirmação sobre a sorotipagem.
Já Campinas, com 2.048 casos registrados, vive uma situação de epidemia. Porém, segundo o médico infectologista do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Unicamp, Rodrigo Angerami, a proximidade geográfica com Campinas não é fator decisivo para que os casos confirmados de dengue na metrópole se alastrem para as nove cidades com que faz limite direto, incluindo Paulínia.
“Apesar de se tratarem de cidades vizinhas, tudo vai depender de outros fatores. Não dá para pensar que a dispersão da dengue se dá por uma única causa. É um conjunto de fatores. Um deles é a própria quantidade de vetores da doença naquela região”, explica.
Mosquito não ‘viaja’
Diferente do que se pode imaginar, o mosquito vetor da dengue de uma cidade em situação de epidemia não ‘viaja’ para as cidades vizinhas. De acordo com Angerami, é comum que a doença seja propagada entre cidades pelos próprios seres humanos
“Se uma pessoa vai viajar e contrai a doença em outra cidade e ao voltar para sua casa é picada por um mosquito, ele irá ser infectado e se tornará um vetor, espalhando a doença para a cidade. O que faz o vírus da dengue se propagar entre os municípios não são os mosquitos, mas os humanos infectados”, esclarece.