
Agentes da PF e auditores da Receita estiveram no Instituto para cumprirem mandado de busca e apreensão
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 12, a Operação Encilhamento, segunda fase da Papel Fantasma, que apura fraudes envolvendo a aplicação de recursos de institutos de previdências municipais. Agentes da Polícia Federal e auditores fiscais da Receita Federal estiveram no Pauliprev para cumprirem mandado de busca e apreensão e apurar fraudes que supostamente foram cometidas entre os anos 2012 e 2016.
Segundo a PF, os recolhimentos de servidores ao RPPS (Regime Próprio de Previdência Social) de 28 cidades, geridos por institutos, eram aplicados em fundos que continham, entre seus ativos, debêntures (títulos de dívida) sem lastro emitidas por empresas de fachada, em valor que pode ultrapassar R$ 1,3 bilhão.
Foram cumpridos 60 mandados de busca e apreensão e 20 de prisão temporária nos estados de São Paulo, Rio, Minas, Paraná, Mato Grosso, Goiás e Santa Catarina.
A fraude funcionava da seguinte maneira: empresários e donos de corretoras estariam ligados à abertura de empresas de fachada. Elas emitiam debêntures sem lastro —autorizadas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), segundo a PF— que eram incorporadas à carteira de fundos de investimentos também supostamente envolvidos no esquema.
Em seguida, consultores de investimentos se aproximavam dos institutos de previdências municipais e recomendavam a aplicação nos fundos —direta ou indiretamente, por meio de cotas—, alegando que eles tinham rentabilidade maior.
No segundo semestre de 2016, foi constatada, de acordo com a polícia, a existência de R$ 827 milhões em apenas oito desses fundos.
Em nota, o Pauliprev informou que colaborou de forma espontânea com as investigações e que a Diretoria Executiva acompanhou todo o procedimento e entregou documentos referentes aos investimentos e aplicações financeiras realizadas no período de referência da operação, entre os anos de 2012 e 2016.