
O Ministério Público (MP) questionou a Agência Nacional do Petróleo (ANP) sobre um plano de emergência que envolva a comunidade em caso de explosão da Refinaria de Paulínia (Replan). A Agência tem até o dia 20 de março para responder os questionamentos da promotoria.
O questionamento do MP foi feito com base no pedido protocolado por Rafael Cambuí. A preocupação aumentou depois do desastre de Brumadinho (MG), envolvendo a Vale. “Vai tocar uma sirene, qual é o ponto que nós devemos seguir? Que tipo de informações nós podemos receber para que não haja um desastre caso uma fatalidade venha aacontecer”, questionou.
“Considero que estou em uma área de risco. Em um campo minado, que não tem para onde correr”, disse Edgar de Souza Guerreiro
Anilton Teberga mora há 32 anos em um bairro vizinho da Replan e nunca viu os moradores serem orientados.
Laboratório
O Laboratório de Análise de Risco Industrial e Segurança Ambiental da Unicamp verificou a possibilidade de um acidente de maiores proporções extrapolar os limites da Replan, como temem os moradores. Na simulação, o contato do combustível com o ar lançaria um jato de fogo a 100 metros de distância em apenas dois segundos.
“É claro que existe a possibilidade de um acidente extrapolar os limites e atingir a comunidade do entorno”, afirmou Sávio Vianna, professor da Unicamp
Segundo o Sindicato dos Petroleiros, a Petrobras ainda não atendeu a um item importante, que é a construção de um grupo de discussão sobre segurança operacional.
A Cetesb disse que desde o ano passado já fez 21 inspeções na Replan e que todas as exigências estão sendo cumpridas.
A Petrobras afirmou que os planos de emergência da refinaria preveem ações para manter a segurança da comunidade ao redor e contam com recursos internos e apoio de órgãos externos como Prefeitura, Defesa Cvil e Corpo de Bombeiros.