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Precisamos virar o jogo

Sami Goldstein

Preciso compartilhar com vocês a notícia que mais chamou minha atenção na semana não apenas por seu conteúdo, mas também pela sabedoria. A Época Negócios trouxe a matéria “Como a Finlândia planeja ensinar inteligência artificial à população para se manter competitiva: país encontrou uma maneira de ganhar relevância na área sem precisar competir com potências como China ou EUA”. No texto, aponta que “preocupada com questões como o futuro do mercado de trabalho e a competitividade entre economias, a Finlândia adotou um objetivo ambicioso: ensinar conceitos de inteligência artificial (IA) para 1% de sua população — e continuar a popularizando a partir de então. A meta surgiu em meio a um projeto da Universidade de Helsinque, na capital do país. Com o objetivo de instruir pessoas que não entendem nada de ciência da computação, a instituição lançou um curso online e gratuito sobre os conceitos e as aplicações básicas de IA.”. O site dá conta que, em vez de entrar em uma batalha perdida contra grandes potências em tecnologia, como China e EUA, o país decidiu apostar em um nicho diferente, com foco nas aplicações práticas da IA — e não em sua programação de fato. Para isso, uma das medidas principais é “acordar” as pessoas sobre o potencial que essa tecnologia coloca em suas mãos, além de oferecer informações básicas e essenciais a elas. O exemplo de um país que está fazendo de sua deficiência seu maior trunfo.

Já aqui pelas bandas tupiniquins, de acordo com o UOL, até 2025, o Brasil deverá passar pelo “apagão tech”, um déficit de 425 mil profissionais do setor de tecnologia para o mercado local. A conclusão vem de um levantamento recente da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (Brasscom). Apesar da remuneração média de uma pessoa do ramo chegar a ser quase 3 vezes maior que o salário médio nacional, o país forma um profissional da área para cada 11 de outras mais tradicionais, como direito e administração. Quais as políticas públicas para confrontar essa situação? Raríssimas.

Dois países, duas situações e apenas um com respostas concretas. E não é o Brasil. Precisamos virar o jogo!