Insulina e seringas descartáveis estão em falta na rede municipal de Paulínia e não há prazo para o reabastecimento das farmácias. Segundo uma aposentada de 71 anos, o problema ocorre há pelo menos uma semana. Ela conta ter sido orientada por funcionários da Unidade Básica de Saúde (UBS) São José a reutilizar as seringas que iria descartar.
A Prefeitura diz que notificou a empresa que não fez a entrega no prazo determinado. A Secretaria de Saúde do Estado garantiu que o fornecimento será concluído na cidade até o dia 21 de março.
A aposentada Maria Neci de Jesus relata que no último dia 12 de março, quando levou até a UBS São José uma embalagem com as seringas e agulhas usadas para descarte e pediu por novas, foi orientada a reutilizá-las. Nesta segunda (18), a pensionista voltou ao posto, que diz ainda não ter tido reposição do material.
Enquanto espera, ela afirma lavar e usar as agulhas que guardou em casa. Além disso, Maria conta ter diminuído a dose de insulina NPH do frasco que restou, para durar mais.
“Ela mandou eu comprar as agulhas, mas custa R$ 3,50 cada e aí consegui comprar uma só. Se não vai o dinheiro todo”, diz Maria.
O G1 foi até a UBS São José nesta segunda (18) e confirmou a falta da insulina e das seringas. Por telefone, funcionário da UBS Jardim Planalto confirmou falta dos dois produtos; já na unidade Parque das Represas, há falta de seringas. Na unidade Represas, a informação era de que o medicamento pode ser encontrado na Farmácia Popular.
Segundo uma usuária da UBS São José, que preferiu não se identificar, a falta de remédios na unidade é comum. Ela conta ter ouvido sobre o problema com insulina e seringas, mas no caso dela, a ausência sentida foi por medicamentos prescritos pelo médico que acompanha sua gravidez. Ela está na 34ª semana de uma gestação de risco.
“Nenhum dos remédios que ele me deu tinha na farmácia. Um deles, custa mais de R$ 100 na farmácia. Deixei de pagar algumas contas, de luz, de água, mas comprei os remédios”, conta a dona de casa de 27 anos, que espera a primeira filha.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Paulínia informa que fez a compra dos itens, mas a empresa vencedora da licitação não fez a entrega no prazo determinado.
“Por isso ocorreu uma notificação aos responsáveis pelo descumprimento do processo licitatório. Agora, a administração está em processo de uma compra emergencial e nos próximos dias a situação estará resolvida”, diz o texto.
Segundo a Prefeitura, a empresa que não fez a entrega no prazo determinado está proibida de participar de licitações por conta do ocorrido em Paulínia.
“Na semana passada chegaram alguns tipos de insulinas, que já foram entregues para usuários do medicamento. Uma das insulinas indisponíveis na rede é a NP Humana, que é de responsabilidade do Estado de São Paulo entregar, o que não está acontecendo. A Secretaria de Saúde está empenhada em resolver a questão e atuando em diversas frentes. O objetivo é evitar o desabastecimento de tais itens”, completa o texto. Fonte G1.