O Valor Econômico desta última segunda-feira (30/1) trouxe à baila uma discussão que já passou da hora de ser pauta principal em todas as esferas decisórias do poder. Intitulada “ensino profissional perde espaço no orçamento público”, o jornal inicia dizendo que “embora esteja se fortalecendo a ideia de que o Brasil precisa aumentar a oferta de vagas em educação profissional e tecnológica (EPT), os recursos para esse segmento no ensino público perderam participação no orçamento do Ministério da Educação (MEC) desde 2016.” Na sequência, informa que “segundo dados do MEC levantados pelo Itaú Educação e Trabalho, enquanto o orçamento do ministério aumentou em R$ 30,7 bilhões de 2018 a 2022, o montante direcionado à educação profissional cresceu só R$ 1,4 bilhão – o que representou uma queda de 11% para 10% nos recursos do MEC. No orçamento deste ano a participação será de 9% nos recursos totais da Pasta”. Pelos números – e ao que tudo indica – “a educação profissional e tecnológica não está sendo tratada como prioridade pelo governo federal, apesar do crescente apelo, inclusive entre estudantes do ensino médio, para o aumento de cursos técnicos e profissionalizantes”, conclui a matéria.
Em outro texto, na mesma edição, o jornal afirma que “uma das explicações para a baixa produtividade no Brasil é a falta de mão de obra qualificada, problema que está ficando mais relevante em meio a necessidade de digitalização da economia, apontam os especialistas em educação.”. Somem-se a isso os dados do MEC de evasão no ensino superior que de longe ultrapassam a casa dos 60%, até mesmo na área de Tecnologia da Informação, apesar da forte demanda. Resumindo: perdas de investimentos nas bases e fuga de massas na porta de entrada do mercado de trabalho. Tudo certinho para dar errado!
É preciso reformar, renovar e inovar. Qualificação profissional precisa ser a cereja do bolo nas rodas de quem bate o martelo. O mercado sozinho não conseguirá descascar este abacaxi. O “copia e cola” de políticas públicas testadas e comprovadamente eficazes precisa se multiplicar. Experiências como a que temos aqui em Paulínia, com forte investimento público e ampliação exponencial de vagas de capacitação. É hora de deixar de fazer parte do problema e ser porta voz da solução. E, sobretudo, agir!