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Quatro recortes, alguns sublinhados e uma conclusão

Sami Goldstein

Primeiro recorte de notícia da semana. Segundo o UOL, “passado o pior momento da pandemia de covid-19, a economia brasileira vem gerando mais empregos formais (com carteira assinada). Houve um crescimento de 8,5% em relação a janeiro de 2020 (antes da pandemia). Mas os salários iniciais estão menores. Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Previdência, mostram que o salário médio dos trabalhadores contratados em abril deste ano é 9,34% inferior ao valor verificado em janeiro de 2020, já considerando os ajustes pela inflação.”.

Segundo recorte. Exame estampou o título “desemprego assombra mais jovens e geração acima de 50 anos, diz estudo.”. De acordo com o site, “nos últimos dez anos, o Brasil ganhou mais de 2,2 milhões de desempregados só nas duas pontas mais sensíveis do mercado de trabalho: de jovens e de profissionais acima de 50 anos. Na geração mais nova, entre 18 e 24 anos, um em cada quatro jovens está desocupado no País. No outro extremo, cerca 880 mil pessoas acima de 50 anos perderam o emprego no período. No total, são 7,6 milhões de desempregados nas faixas de 14 a 29 anos e no chamado 50+, segundo pesquisa da consultoria Idados.”.

O terceiro recorte. A taxa de desocupação ficou em 9,8% no trimestre encerrado em maio, a menor para esse trimestre desde 2015, quando foi de 8,3%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira (30/6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Quarto e último recorte: Em entrevista ao Estadão, a presidente da Microsoft Brasil Tânia Cosentino disse: “Temos de investir maciçamente em mão de obra”. Para ela, o ‘gap’ na tecnologia já é de 400 mil vagas. E, em 2025, será de 1 milhão.

A óbvia conclusão é uma simples soma que todos aprendemos desde pequeno. Se, apesar de a taxa de desocupação ser a menor em anos, as pontas mais sensíveis (jovens e 50+) serem assombrados pelo desemprego, mais salários inferiores e falta de mão de obra, resta apenas uma solução: qualificação profissional. Capacitar para desenvolver, pois não existe outro caminho. Com a qualificação, mais jovens e adultos serão inseridos ou reinseridos no mercado de trabalho, com salários mais condizentes com suas aptidões, suprindo a lacuna de falta de profissionais. Repito as palavras ditas anteriormente: “Temos de investir maciçamente em mão de obra”. Esse é o sublinhado mais importante de qualquer política pública que vise à pavimentação de um futuro saudável e sustentável.