Uma forma lúdica de explicar o conceito de inteligência artificial (IA) é compará-la a um jogo de quebra-cabeça. Imagine que você tenha um monte de peças de diferentes formas, cores e tamanhos e queira montar uma imagem bonita e completa com elas. Como fará isso? Você pode usar a sua inteligência humana, que é a capacidade de pensar, aprender, sentir e se comunicar; pode observar as peças, procurar as que se encaixam, testar as combinações, lembrar-se das dicas, pedir ajuda aos amigos e se divertir com o desafio; pode, também, usar a sua criatividade, a sua memória, a sua lógica, a sua emoção e a sua linguagem para resolver o quebra-cabeça. Mas você também pode usar a IA, uma tecnologia que imita as habilidades humanas. Você pode usar um computador, um celular ou outro dispositivo que tenha um programa de IA instalado. Esse programa pode analisar as peças, buscar as que se encaixam, verificar as combinações, armazenar as dicas, interagir com você e dar o resultado. Ele pode usar algoritmos, dados, redes neurais, sensores e interfaces para resolver o problema. A inteligência artificial é como um jogo de quebra-cabeça que o computador joga com você. Ela tenta fazer o mesmo que você faz, mas de uma forma diferente e às vezes mais rápida ou mais precisa. Não é melhor nem pior do que você: é apenas diferente. Ela pode lhe ajudar a resolver o quebra-cabeça ou lhe desafiar a fazer melhor; pode lhe ensinar algo novo ou aprender algo com você; pode ser um amigo ou um adversário, depende de como você a usa. Ela é comumente vista como uma expressão de uma racionalidade fria e mecânica, mas será que não pode ser também uma fonte de calor humano e afetividade para a humanidade?
Uma das formas que a IA pode nos auxiliar na reumanização do ser humano é aprimorando a nossa saúde e a nossa qualidade de vida. Através do diagnóstico preciso, do tratamento personalizado, da prevenção eficaz e da reabilitação rápida, a IA pode nos proporcionar mais bem-estar físico, mental e emocional. Além disso, a IA pode nos auxiliar na acessibilidade de pessoas com deficiência, na inclusão social de grupos marginalizados, na mobilidade urbana e rural e na autonomia pessoal e profissional, garantindo mais direitos e oportunidades para todos os cidadãos. Outra forma que a IA pode nos auxiliar é fortalecendo os nossos relacionamentos interpessoais e a nossa sociedade como um todo. Através da mediação de conflitos, da moderação de conteúdos nocivos, da recomendação de interesses comuns e da integração de redes sociais, a IA pode facilitar o contato, o diálogo, o compartilhamento e a cooperação com outras pessoas. Foi notícia nesta semana o uso da IA por médicos que pedem ajuda para se comunicar com pacientes e familiares de maneira mais compassiva. Além disso, a IA pode nos apoiar na educação continuada, na cultura diversificada, na cidadania participativa e na sustentabilidade ambiental, contribuindo para o nosso crescimento individual e coletivo.
Portanto, a inteligência artificial não é uma rival ou uma inimiga da humanidade, mas uma amiga e parceira. Ela pode nos ajudar a reencontrar e a reapreciar as nossas virtudes humanas, como a saúde, a felicidade, o amor e a solidariedade. Quiçá, no decorrer do processo evolutivo, precisássemos nos deparar com o paradoxo de chegar a criar o artificial para reumanizar o humano. Ao invés de desconfiar ou resistir à IA, devemos explorar as suas potencialidades e usá-las para o nosso benefício pessoal, social e aprimoramento humano. Só temos a ganhar, pois a inovação é inevitável!