Em nota, SSRH afirma que obras emergenciais estão em andamento e que por conta do período de chuva, o nível do Cantareira continua subindo
Na semana passada, o Jornal Tribuna e toda imprensa regional divulgaram uma reportagem que alertava para uma possível falta de água, nos próximos anos, na região de Campinas. O texto foi baseado na análise do professor de recursos hídricos e hidrologia da Unicamp Antônio Zuffo.
Segundo o professor, a falta de reservatórios de água de grande porte mantém a região de Campinas com risco de desabastecimento nos próximos anos. “Foi anunciada durante a crise hídrica de 2014/2015 a criação de reservatórios em Amparo e Pedreira, mas o projeto ainda não saiu do papel. A licença ambiental já foi emitida pela Cetesb, segundo o estado, mas as obras não tiveram início”. Ainda de acordo com professor, “No meu entender como técnico, essas obras que viriam a aumentar a disponibilidade hídrica já deveriam estar sendo construídas”, explica Zuffo.
Em nota, a Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo (SSRH) discorda das afirmações. A assessoria de imprensa do órgão afirma que não há risco previsto de desabastecimento. “Há uma redução de cerca de 20% do consumo geral, fruto da mudança de comportamento da população após a crise e ainda estamos no período de chuvas e o nível do Cantareira continua subindo”, diz a nota.
O órgão afirma também que as obras já entregues, como a interligação Rio Grande-Alto Tietê e as operações de membranas no Guarapiranga e Rio Grande, permitem que estes sistemas produzam mais, aliviando o consumo no Sistema Cantareira.
“Não se pode comparar o sistema com uma situação ‘ideal’, já que estamos em recuperação e em pleno período de chuvas. Para se ter uma ideia, há dois anos atrás, em 1º/02/2015, o Cantareira chegou a 5% (com reservas técnicas), portanto estamos com 75 pontos percentuais a mais”.
Sobre as obras emergenciais que segundo o professor, estariam paradas ou atrasadas, a SSRH revelou que a interligação Jaguari-Atibainha (investimento de R$ 555 milhões e entrega em 2017) está em andamento e vai trazer mais 5,13 m3/s (podendo chegar a 8,5 m3/s) para o Cantareira. “Além disso, o Sistema Produtor São Lourenço (investimento de 2,21 bilhões e entrega em 2017) vai trazer mais 6,4 m3/s para a região oeste de São Paulo”.
“As previsões de riscos se baseiam em observação banal, leviana, sem fundamento e que tem claro caráter alarmista”, diz a SSRH no documento.