Listada como uma das doadoras da campanha eleitoral de Dixon, Cássia Elisa Carvalho entrou com uma representação contra o irmão afirmando que não havia feito a doação. Um dia depois, se arrependeu e disse foi induzida ao erro, o que a fez agir de forma precipitada
Reta final da campanha eleitoral e Paulínia soma mais uma polêmica para o pleito de 2016. Dessa vez o imbróglio envolveu o candidato a prefeito Dixon Ronan de Carvalho (PP) e sua irmã, a empresária Cássia Elisa Carvalho.

De acordo com o jornal Correio Popular desta quinta-feira (22), a prestação de contas da campanha eleitoral de Dixon aponta que o candidato recebeu de sua irmã uma doação no valor de R$ 500 em espécie. Porém, ao tomar conhecimento do documento, Cássia entrou com uma representação na 323ª Zona Eleitoral de Paulínia alegando não ter efetivado a doação e que seu nome havia sido usado indevidamente. Ela disse que foi “surpreendida ao observar que teria feito uma doação financeira para a coligação ‘Gente do Bem’”, diz na representação protocolada na tarde de terça-feira (20).
Procurado pelos veículos de comunicação de Paulínia e região, Dixon disse através de sua assessoria que tudo não passava de um mal-entendido e que seria uma estratégia dos adversários para criar um fato político na cidade.
“O que aconteceu foi um equívoco. Ela fez a doação e ficou com medo de quando fosse declarar o Imposto de Renda. Para tentar se livrar de qualquer problema fez essa representação”, informou a equipe de Dixon.
Um dia depois, quarta-feira (21), a irmã do candidato voltou atrás na sua denúncia e foi novamente até o Cartório Eleitoral retirar a representação, afirmando ter sido precipitada.
No novo documento, Cássia afirma que a petição anterior, onde afirmava não ter feito a doação financeira, não expressava a verdade e que ela teria sido levada ao erro sobre a possibilidade de problemas com a Receita Federal, “o que me fez agir de forma precipitada. Declaro ainda ser legítima e espontânea a doação que fiz em função do candidato Dixon Ronan de Carvalho”, alegou.
Alguns eleitores ficaram confusos com o caso. “Acabei ficando sem entender se ela doou ou não doou o dinheiro. Mas se ela doou, mentiu para a Justiça. Ela pode ser processada”, disse uma pessoa uma professora que preferiu se identificar apenas como M.A.J.
Já o caldeireiro J.L.S, acha que tudo não passou de um mal-entendido. “Não entendo o que levou ela a fazer isso, mas se ela já se explicou e desfez a confusão, tá tudo certo”.
Dinheiro na meia: suspeita de compra de votos – 2009
Em 2009 o Ministério Público de Paulínia abriu investigação contra Dixon Carvalho, que concorreu à Prefeitura de Paulínia em 2008. De acordo com a acusação, meses após as eleições daquele ano, Dixon foi acusado de compra de votos. Ele foi flagrado escondendo dinheiro na meia durante uma reunião política e falando sobre pagamentos à líderes religiosos. Toda a conversa foi filmada e amplamente divulgada na internet e nos veículos de comunicação de Paulínia e região. Nesta eleição, Dixon terminou em segundo lugar, obtendo 16.366 votos.
Expulsão do PT: suspeita de Pedofilia – 2012
Em plena campanha eleitoral de 2012, a Executiva Estadual do PT expulsou do partido o então candidato a prefeito de Paulínia Dixon Carvalho por suspeita de envolvimento em casos de pedofilia. A decisão foi tomada, segundo a legenda, após um envelope com fotos e denúncias sobre a prática criminosa ter sido enviado ao partido.
Mesmo expulso, o candidato manteve a candidatura mas despencou nas pesquisas eleitorais. Ele terminou o pleito de 2012 em terceiro lugar com 6.473 votos. Dixon foi inocentado da acusação e recebeu um valor indenizatório por danos morais de R$ 100 mil do PT.
“Troca-troca” de partido
Após ser expulso do PT em 2012, Dixon encontrou abrigo no PR, onde permaneceu até 2015, trocando a sigla pelo PSDB. No diretório tucano, a estadia foi curta. Ele não obteve apoio suficiente para garantir sua candidatura ao pleito de 2016 e decidiu abandonar o partido.
No mês de julho passado, já no prazo final para a realização das convenções partidárias e com sua situação ainda indefinida, o PP anunciou que Dixon seria o candidato da legenda para o pleito deste ano, onde concorre novamente à Prefeitura de Paulínia.