Obras da reforma duraram cerca de três anos. Celebração contou com a presença de 800 fiéis
Depois de três anos em obras, a centenária igreja de São Bento, em Paulínia, foi reinaugurada na última sexta-feira (26) com uma missa do padre Paulo César Gonçalves Ferreira. Cerca de 800 fiéis compareceram à cerimônia. O pequeno templo, que fica na região central da cidade, é considerado um marco histórico da comunidade católica paulinense porque é um dos únicos prédios remanescentes do período de colonização das terras da Fazenda São Bento, que originaram o município.
Com 113 anos de fundação, a igreja foi interditada para as celebrações e trabalhos eucarísticos em 2013 para receber reparos em toda sua estrutura. Segundo o padre, o prédio apresentava infiltrações no telhado, umidade nas paredes, parte elétrica e hidráulica obsoletas, além de não ter uma estrutura adequada para receber os fiéis, que muitas vezes assistiam às missas do lado de fora ou amontoados. “A igreja comporta 200 fiéis bem apertados, mas agora construímos um anexo ao lado que comporta mais 200 fiéis”, disse ele.
A reforma abrangeu a impermeabilização das paredes e dos alicerces, a reconstrução de portas e janelas, troca do telhado e do forro, instalação de sonorização, colocação de novo sistema elétrico, troca do piso e a colocação de novos vitrais temáticos sobre a vida de São Bento, que foram feitos pelo artista campineiro Eduardo Calhal, ao custo de R$ 5 mil cada um.
Os vitrais só foram trocados devido a uma alteração de uma lei municipal que tombou o patrimônio do imóvel. As peças foram doadas por famílias da cidade. O segundo andar da igreja também foi reformado e agora os integrantes do coral poderão utilizá-lo durante as celebrações.
Outros detalhes do restauro também foram observados. Próximo ao teto da igreja, em toda sua extensão, foi escrita a oração de São Bento. “Não tínhamos muitos recursos e cada detalhe aqui foi pensado por mim. Não mudamos muito a estrutura porque a igreja é tombada”, disse o padre Paulo César. A igreja também ganhou três banheiros, um adaptado para deficientes físicos.
O altar-mor, uma das peças mais antigas do templo, foi restaurado e parte das vigas de madeira foi preservada. A peça é tão importante que sua madeira foi feita pelo comendador Francisco de Paula Camargo, extraída das matas de sua propriedade, em 1897. Os custos da reforma, em sua primeira fase, foram estimados em cerca de R$ 250 mil e foram bancados com ajuda de empresários e da comunidade.
Você sabia?
Além da madeira, o comendador Francisco de Paula Camargo forneceu, em 1897, a quantia de um conto de réis para a construção do templo. Ele também cedeu escravos para o trabalho de escavação e aplainamento do terreno, com a condição de que o santo padroeiro da igreja fosse São Bento, tal qual o nome de sua fazenda.