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Autismo em Meninas: Compreendendo as Diferenças Por Denise A. Wendland

O autismo em meninas e meninos apresenta diferenças marcantes que influenciam diretamente o diagnóstico e o tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Historicamente, o estudo do autismo foi amplamente baseado no comportamento dos meninos, resultando em critérios que nem sempre refletem as particularidades das meninas no espectro.

Essa abordagem contribui para que muitas meninas autistas permaneçam sem diagnóstico, ou que o diagnóstico aconteça mais tarde, muitas vezes já na adolescência ou na vida adulta, dificultando o acesso a intervenções precoces, que são essenciais para o desenvolvimento infantil.

Diferenças de sintomas entre meninas e meninos

Meninas e meninos no espectro autista podem apresentar diferenças no modo como manifestam os sintomas, o que pode dificultar a identificação do autismo no caso das meninas. Em geral, os meninos tendem a apresentar comportamentos mais visíveis, como movimentos repetitivos, maior dificuldade na interação social e interesses específicos que costumam ser destacados em comparação ao desenvolvimento típico.

Por outro lado, meninas autistas geralmente exibem uma habilidade conhecida como “camuflagem social”: uma tentativa de imitar e mascarar seus comportamentos e dificuldades para se adaptar às expectativas sociais. Elas tendem a observar o comportamento de outras pessoas e a reproduzi-lo, tentando esconder suas dificuldades.

Essa camuflagem pode reduzir a visibilidade dos sinais de autismo, levando familiares e professores a subestimarem os desafios enfrentados por essas meninas. Além disso, seus interesses restritos costumam estar ligados a temas aceitos socialmente, como leitura, arte ou animais, e por isso passam despercebidos como indicadores de TEA.

O Diagnóstico e o Papel da Equipe Multiprofissional no Autismo

O diagnóstico do TEA é um processo complexo, que exige uma visão abrangente e precisa sobre o desenvolvimento e comportamento da criança. O papel da equipe multiprofissional é fundamental para garantir que esse diagnóstico seja completo e para garantir um tratamento personalizado e eficaz.

Uma equipe multidisciplinar é essencial para fornecer o apoio completo e individualizado que cada paciente precisa. O TEA afeta diversas esferas do desenvolvimento, como habilidades emocionais, sociais, motoras e de comunicação, e seu tratamento requer a integração de diferentes áreas do conhecimento.

Uma equipe composta por profissionais de diversas especialidades permite uma visão completa e aprofundada das necessidades da criança, adolescente ou adulto com TEA, resultando em um diagnóstico mais preciso e instruções mais adequadas.

Cada profissional contribui com uma perspectiva única que enriquece o entendimento sobre o perfil de cada paciente, ajudando a identificar tanto os pontos fortes quanto as dificuldades. Essa abordagem colaborativa permite que uma equipe crie um plano de tratamento personalizado que atenda às necessidades específicas da pessoa e promova um desenvolvimento mais equilibrado e saudável.

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Denise A. Wendland – Psicóloga especialista em Neuropsicologia pelo CRP 06/11172.