Não para população
Duas denúncias de irregularidades em contratos emergenciais que pediam a averiguação dos vereadores foram rejeitadas e arquivadas pela maioria dos edis. Kiko Meschiatti e Tiguila Paes foram os únicos que votaram a favor
A última sessão ordinária da Câmara dos vereadores de Paulínia, que aconteceu na terça-feira (28), foi o motivo de muita polêmica na cidade e debate entre os vereadores. Isso porque em pauta, estavam a votação dos dois pedidos de cassação contra o prefeito Dixon Carvalho (PP), por supostas fraudes cometidas nos contratos emergenciais do lixo e da merenda escolar no município. Somados, os contratos debitam cerca de R$ 26,5 milhões dos cofres públicos.
Com a palavra, os vereadores debateram sobre o assunto. “Este é um momento único para todos nós, principalmente para os vereadores que estão no primeiro mandato, de exercermos o nosso papel de fiscalizador e adianto meu voto favorável a abertura da comissão”, disse Tiguila.
Zé Coco adiantou seu voto negativo às denúncias. “Estou com minha consciência tranquila. Essas denúncias são infundadas”. Kiko Meschiatti rebateu: “vereador, não podemos falar que são denúncias infundadas porque não tivemos nem tempo para analisar. Os documentos chegaram para nós na sexta-feira e na terça já estamos votando”.
Novamente fazendo o uso da palavra, Zé Coco respondeu à Kiko: “Conversei com o secretário Jurídico e ele me explicou muito bem, então eu tenho confiança no meu voto”.
“Secretário Jurídico faz parte do governo e não é a pessoa mais adequada para falar se está certo ou se está errado. Também não podemos infringir nosso dever constitucional de investigar”, afirmou Kiko.
“Fica ao Ministério Público a continuidade das investigações, fica à Polícia Federal, que recebeu a documentação e fica ao Gaeco [Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado] que é quem tem que realmente punir”, disse o vereador Fábio Valadão ao externar seu voto negativo.
Tiguila ainda tentou convencer os demais colegas de que haveria necessidade de investigar. “Estamos falando de merenda escolar. Meu filho estuda em creche municipal assim como milhares de pais paulinenses tem seus filhos matriculados na rede pública. Temos que pensar na população”.
Não adiantou, a maioria dos vereadores, sendo Danilo Barros (PR), Edilsinho (PSDB), Fábia Ramalho (PMN), Fábio Valadão (PRTB), Flavio Xavier (PSDC), João Mota (PSDC), Loira (PSDC), Manoel Filhos da Fruta (PCdoB), Marcelo D2 (PROS), Marquinho Fiorella (PSB), Xandynho Ferrari (PSD) e Zé Coco (PV), votaram contra a abertura de uma comissão que iria averiguar as denúncias.
Na segunda votação, sobre o requerimento que apontava ilegalidades no contrato emergencial da Prefeitura de Paulínia com a Corpus, o resultado foi parecido. Os mesmos vereadores votaram ‘não’, Tiguila Paes votou a favor da investigação da denúncia e Kiko Meschiatti não estava mais presente no plenário durante essa votação.
Agora, as denúncias serão arquivadas e está descartado o risco de cassação do prefeito Dixon Carvalho por infração político-administrativa nos contratos emergenciais do lixo e da merenda escolar em Paulínia.
“Este é um momento único para todos nós, principalmente para os vereadores que estão no primeiro mandato, de exercermos o nosso papel de fiscalizador”, alerta Tiguila Paes
“Estou com minha consciência tranquila. Essas denúncias são infundadas”, diz Zé Coco
“Não podemos falar que são denúncias infundadas porque não tivemos nem tempo para analisar. Os documentos chegaram para nós na sexta-feira e na terça já estamos votando”, afirma Kiko
“Fica ao Ministério Público a continuidade das investigações, fica à Polícia Federal, que recebeu a documentação e fica ao Gaeco, quem realmente tem que punir”, diz Fábio Valadão