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Com mais de 10 mil postos fechados em maio, RMC se aproxima do pior cenário do emprego desde 2010

São 32,2 mil vagas perdidas no acumulado do ano, 80% do total registado em 2015, que tem o pior índice da série histórica na década

Os 10.784 postos de trabalho perdidos na RMC (Região Metropolitana de Campinas) no mês de maio ratificou a queda na geração de empregos durante a crise do coronavírus. De acordo com análise do Observatório PUC-Campinas, elaborada com base nos dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério da Economia, mais de 32 mil empregos foram fechados na região no acumulado do ano.

Em maio, as cidades de Campinas (-3.393), Valinhos (-2.053), Indaiatuba (-1.913) e Sumaré (-1.509), cujo saldo de postos perdidos equivale a 82% do total, foram as mais impactadas. Com o resultado, a RMC superou, em apenas cinco meses, a queda de emprego registrada em todo o ano de 2016. Este número (32 mil) também já corresponde a 80% do emprego fechado em 2015, que ostenta os piores índices na série histórica da evolução do emprego na região desde 2010.

Impossibilitado de prosseguir com as atividades na pandemia, o comércio é responsável por cerca de 11 mil desligamentos (37% do total). Fortemente atingidos, os serviços de alojamento e alimentação conduziram o setor ao segundo lugar desta lista, que ainda conta com a indústria de transformação, encarregada pela eliminação de 6,6 mil vagas após uma série de ajustes nas estruturas de emprego. Por outro lado, o segmento da administração pública gerou 2.274 postos, movimento explicado pela contratação nos serviços de saúde.

As demissões concretizadas em 2020 afetaram principalmente os trabalhadores de nível médio, com idade entre 30 a 39 anos (30%), e também na faixa de 50 a 64 anos (23%). Segundo o levantamento, os desligamentos acometeram igualmente homens e mulheres, embora o segundo grupo seja mais vulnerável por compor uma parcela menor no mercado de trabalho.

Para a economista Eliane Rosandiski, responsável pela análise do Observatório, os números refletem a intensidade da crise que assola toda a economia brasileira. No Brasil, aproximadamente 1,2 milhão de postos de trabalho formais foram destruídos, enquanto São Paulo reduziu cerca de 354 mil vagas. A RMC representa 3% e 9% desses totais, respectivamente.

“Além disso, os dados do PNAD apontam para a continuidade da queda da massa de rendimento dos ocupados, e a redução na taxa de participação confirma a ampliação da vulnerabilidade, em função do número de pessoas em situação de desalento”, destaca a professora extensionista.