Início Empresarial Cooperlínia comemora Dia do Cooperativismo com exemplos de superação

Cooperlínia comemora Dia do Cooperativismo com exemplos de superação

Os sócios Eunice Bernardo de Carvalho, Dávila dos Santos Gomes e Antonio Hortolani garantem que o cooperatismo transformou a vida deles
Os sócios Eunice Bernardo de Carvalho, Dávila dos Santos Gomes e Antonio Hortolani garantem que o cooperatismo transformou a vida deles

Cooperativa de reciclagem de Paulínia conta com 32 sócios que conquistaram ganhos significativos no modelo de negócios onde todos são beneficiados

O dia do Cooperativismo é comemorado hoje, 4 de julho, e a Cooperlínia Ambiental do Brasil, localizada em Paulínia, é um exemplo de que o modelo de trabalho funciona muito bem. A cooperativa de reciclagem, inaugurada há 15 anos, é sinônimo de sustentabilidade e é modelo de gestão de negócios. Prova disso são as constantes visitas feitas por interessados em implantar o modelo de ganhos e a requisitada experiência do presidente José Carlos Silva.

“Muita gente ainda desconfia do modelo de cooperativa pela falta da carteira assinada, mas o sistema funciona muito bem. Todos trabalham pelo bem comum e, juntos, conquistam seus ganhos. Ainda chamo a atenção para o que acho mais importante: o trabalhador é dono do seu negócio, se tornando mais motivado com o serviço”, explica o presidente da Cooperlínia.
Silva abordou a relação do cooperativismo e a Lei Federal 12.305 que estabelece a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), usando sua experiência com o trabalho em Paulínia. Além disso, dá consultorias pelo Brasil sobre o tema.
Atualmente a cooperativa conta com 32 sócios-cooperados, segregando 280 toneladas de resíduos recicláveis por mês e está em processo de expansão. Três refeições diárias, transporte, convênio odontológico, férias, fundo natalino (13º), auxílio paternidade e maternidade, e apoio pedagógico e psicológico fazem parte dos benefícios. O trabalho é das 7h15 às 16h20. A renda mensal gira em torno de R$ 1.600,00.

Exemplos

Antônio Hortolani, de 75 anos, é um dos idealizadores da Cooperlínia e fala com orgulho do trabalho que ajudou a criar. “Sou muito feliz por ter um trabalho digno, onde conquisto minhas coisas. Sou aposentado e essa renda é muito útil no orçamento de casa. Qualquer idoso pode trabalhar dessa forma, um serviço tranquilo, em que somos donos e nos empenhamos no trabalho coletivo”, ressalta o senhor que carrega uma história de luta e superação. Ele começou a vida de trabalho como lavrador no Paraná, após muitos anos descobriu uma intoxicação por causa da exposição constante aos agrotóxicos. Já em Paulínia, para se tratar, começou a caminhar para exercitar a respiração e revigorar os pulmões, nessas caminhadas juntava latinhas de alumínio que encontrava pelo caminho. Daí começou a trajetória do Seu Antonio, que é reconhecido por toda a cidade. De catador informal hoje é o sócio-cooperado mais antigo e respeitado pelos colegas. “Defendo esse tipo de trabalho para qualquer aposentado como fonte de renda extra.”
Da mesma forma pensa Eunice Bernardo de Carvalho, de 59 anos, prestes a se aposentar. Sócia-cooperada há três anos fala com orgulho das conquistas que alcançou nesse período. “Minha renda vinha do árduo serviço de catadora informal. Eu vivia endividada e tinha o nome sujo. A partir da Cooperlínia minha vida mudou completamente, em vários aspectos, financeiros e afetivos, por exemplo. Fiz a ampliação da minha casa, não devo mais nada e fiz muitos amigos. Aqui sou feliz de verdade. A Cooperlínia me faz muito feliz e é um trabalho que realizo de coração”, confessa Dona Eunice.
A jovem Dávila dos Santos Gomes, 24, está na Cooperlínia a pouco mais de um ano e só tem elogios ao método de ganhos. “Ainda tem gente que não leva fé por causa da falta da carteira assinada, mas como qualquer empreendedor, somos responsáveis por nossos ganhos e não temos patrão, nós somos os patrões”, reforça.