O município liderou ao longo deste ano na região as exportações de produtos com alto valor agregado
Este ano, Paulínia liderou as exportações acumuladas na região, com Campinas ficando em segundo lugar. As indústrias do município, que abriga o maior polo petroquímico da América Latina, venderam ao exterior entre janeiro e outubro US$ 851,65 milhões (R$ 4,53 bilhões), com uma participação de 27,8% entre as 19 cidades abrangidas pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo – Regional Campinas (Ciesp). Campinas somou US$ 825,36 milhões (R$ 4,39 bilhões) no mesmo período, o que representa 27%.
“Entre os municípios ligados à regional do Ciesp, Campinas e Paulínia se alternam na liderança das exportações todo mês, mas o ranking dos cinco que mais exportam não se alterou”, explica o diretor de Comércio Exterior da entidade, Anselmo Félix Riso. A lista é completada ainda por Sumaré em terceiro lugar, Mogi Guaçu (4º) e Amparo (5º). A explicação para o desempenho dessas cidades é a exportação de produtos de alto valor agregado, que são aqueles que passam por processos para acrescentar valor e benefício ao item final.
Somente em dez meses de 2022, Paulínia exportou 7,12% a mais do que os US$ 795,06 (R$ 4,23 bilhões) alcançados nos 12 meses de 2021. O crescimento nas vendas ao exterior é maior do que a média da regional do Ciesp na comparação dos mesmos períodos, que foi de 1,32%. De janeiro a outubro, as cidades abrangidas pela entidade exportaram US$ 3,059 bilhões (R$ 16,28 bilhões), contra US$ 3,02 bilhões (R$ 16,08 bilhões) ao longo de todo o ano passado.
Um estudo feito pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) mostra que os principais itens enviados ao exterior por Paulínia são produtos químicos e plásticos, que representaram R$ 1,09 em cada R$ 2 faturados. Em 2021, eles somaram US$ 434,23 milhões (R$ 2,27 bilhões), o equivalente a 54,62% do total. Neste ano, esses itens estão entre os cinco mais exportados pela região, dividindo espaço com máquinas, caldeiras, aparelhos mecânicos, aparelhos e materiais elétricos e equipamentos de gravação e reprodução.
Reflexos
Para o prefeito Ednilson Cazellato (PL), o Du Cazellato, o desempenho econômico mostra que “Paulínia já voltou aos trilhos do progresso”, se recuperando da crise provocada pela pandemia de covid-19, inclusive com a criação de novos empregos. De janeiro a outubro de 2022, o município registrou 22,8 mil admissões formais e 19,7 mil desligamentos, resultando em um saldo positivo de 3.092 novos trabalhadores, de acordo com os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. O desempenho é semelhante aos dez primeiros meses de 2021, quando o saldo foi de 3.706 vagas.
Com uma população estimada em 115 mil habitantes e uma alta arrecadação tributária proporcionada pelo polo petroquímico, o resultado é que o município oferece uma qualidade de serviço e equipamentos raros em comparação a municípios maiores. A tarifa de ônibus é de R$ 1, a cidade conta com hospital municipal, sambódromo e teatro com capacidade para 1.350 pessoas, pouco menor do que o Teatro Municipal de São Paulo (1.532).
Os salários dos servidores municipais estão acima da média, provocando filas de inscritos sempre que os concursos são abertos. Desde 1996, os funcionários ganham 14º salário e tiveram este ano aumentos nos benefícios, passando a receber auxílio refeição de R$ 500 e aumentos nos planos de saúde, que passou a ser de R$ 300, e de transporte (R$ 200). O orçamento municipal para 2023 é de R$ 1,959 bilhão, o segundo maior da Região Metropolitana, atrás apenas de Campinas, estimado em R$ 9,1 bilhões.
A principal fonte de receita de Paulínia é a arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS), que responde por 65% do total. É um imposto gerado pela Refinaria de Paulínia (Replan), a maior do país, e multinacionais do setor químico instaladas na cidade. A riqueza de Paulínia se traduz também em outros números e reflete na qualidade de vida da população. A taxa de alfabetização é 93,93% e a expectativa de vida é de 73,30 anos.
A remuneração média dos trabalhadores formais do município é de R$ 3,8 mil, valor acima da média do Estado, de R$ 2,9 mil. “As indústrias são, normalmente, as que pagam os maiores salários e oferecem os melhores benefícios”, explica a economista Eliane Navarro Rosandiski, do Observatório Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC). Entre o setor privado, as atividades que se destacam na geração de empregos de Paulínia estão o de transporte rodoviário de produtos perigosos e fabricação de produtos petroquímicos.
Com informações do Correio Popular