O abandono de um prédio público causou um “susto” nos moradores que vivem nas proximidades do antigo prédio da UBS (Unidade Básica de Saúde) do Jardim Planalto, no dia 14 de novembro, após ter sofrido um princípio de incêndio, que somente não se agravou mais devido a chegada do Corpo de Bombeiros de Paulínia, que controlou rapidamente o fogo.
Segundo moradores, o incêndio começou por volta das 10horas da manhã, após dois usuários de drogas terem invadido o prédio e terem ateado fogo no local. Como haviam vários papéis jogados no interior, entre eles antigos prontuários de pacientes, o fogo acabou se alastrando rapidamente, mas não causando maiores danos. No entanto, a fumaça originária das chamas, acabou invadindo várias residências nas proximidades.
Segundo os moradores, no dia anterior ao incêndio, alguns moradores de rua haviam invadido o prédio e levado várias coisas.
O local há tempos tem servido para abrigar usuários de drogas e também moradores de rua. Tanto que no momento do incêndio, um morador de rua estava no interior do prédio, mas foi retirado a tempo do local por populares que notaram as chamas.
Quem mora próximo ao antigo prédio reclama da falta de tranquilidade e também de uma atitude do Atual Governo em tentar solucionar o problema. A moradora Nani Siqueira Tavares é uma dessas pessoas, que cobra uma atitude do Poder Público. “É um absurdo o prédio estar abandonado e o prefeito de Paulínia não estar fazendo nada. O local já foi invadido por diversas vezes, e os drogados brigam, saem paulada, enquanto as crianças brincam na rua. Moro aqui há oito anos, e essa rua era um sossego. Acredito que o prédio possa ser melhor aproveitado, aqui poderia ser feita uma creche”, declarou.
Outro morador, identificado apenas como senhor José também reclama da situação. “Aqui funcionava um posto, mas hoje o prédio está abandonado, virou casa de “nóia” (usuários de drogas). Eu acredito que essas pessoas invadam o local, porque não tem quem governe. Isso já está há tempos assim, já invadiram antes, tiraram já pessoas, mas deixaram abandonado de novo”, criticou o senhor.
Invasão
Em junho de 2010, o antigo prédio da UBS Planalto foi invadido por várias famílias que não tinham onde morar. A primeira que invadiu o local havia sido a de Clóvis Teixeira dos Santos, juntamente de sua mulher e dois filhos. Eles vieram de Itápolis, interior do Estado, em busca de trabalho. Isso ele até conseguiu, mas também precisava de um lugar para morar foi ai que resolveu invadir o posto de saúde do Jardim Planalto, abandonado. Um dia ao chegar do serviço e não ter água em casa, ele resolveu ir tomar banho no posto de saúde abandonado, que ficava sempre aberto e muitas vezes era refúgio para usuários de droga. Depois do banho, Clovis decidiu que ali seria sua casa, chamou a mulher, limpou o local e levou seus moveis em uma carriola.
Dois meses depois do casal e seus filhos se instalarem, outras famílias chegaram pedindo abrigo. Mais de seis famílias, muitas delas, ao contrário da de Clóvis, moradores natos de Paulínia, que viram a promessa do Sr. Prefeito em construir mais de 6 mil casas durante seu Mandato, chegaram a ocupar o prédio, dividindo 10 cômodos e apenas dois banheiros.
No entanto, essas famílias acabaram sendo retiradas do local, mas o mesmo continua abandonado pelo Poder Público, que assim como disse a moradora Nani, poderia ter usado o mesmo para fazer uma creche e zerar o déficit de vagas, no lugar de ficar terceirizando escolas, para assim tentar cumprir um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), assinado no ano passado com o Ministério Público; ou então construir um espaço de lazer para os moradores com aulas de dança, teatro, ou até mesmo artes marciais e assim descentralizar esses serviços, facilitando a vida dos moradores da região, que muitas vezes precisam se locomover até o Centro para participar dessas atividades.
Fonte: www.alertapaulinia.com.br