Início Paulínia Paulinenses reclamam: ” Casas populares do PAS é uma mentira”

Paulinenses reclamam: ” Casas populares do PAS é uma mentira”

O Residencial Pazetti foi iniciado na administração passada, passou um longo período com obras paradas e agora foi retomado e comercializado pelo governo Pavan

“Casas do Residencial Pazetti não é para gente pobre”, diz paulinense

Desde que as 372 casas da primeira fase do Residencial Pazetti, no bairro Saltinho, começaram a ser comercializadas, há duas semanas, as reclamações sobre a forma de financiamento só aumentam. As queixas são de paulinenses que se enquadram no Programa de Habitação do PAS e que necessitam de uma moradia, mas que pelo alto custo das prestações e valores de entrada, ficarão de fora do Programa.
O PAS (Programa de Ação Social) de Paulínia foi idealizado para atender famílias de baixa renda do município nos “setores” em que mais necessitam, sendo cesta básica, habitação, renda família, bolsa de estudos e internet gratuita. Porém, no setor de moradia, o Programa de Habitação Popular tem gerado polêmica e segundo a paulinense que preferiu se identificar apenas como A.F “não tem nada de popular”.
Ela explica que sua família tem cadastro no PAS e sua principal necessidade no momento é adquirir uma moradia, já que mora de favor na casa de um parente. “No momento, só quem está trabalhando é meu marido e nós não temos nenhum tipo de benefício do PAS, graças a Deus nunca precisei até agora, mas preciso de uma casa. Quando começaram as entrevistas para o Residencial Vida Nova, fui atrás, mas eles me disseram não me enquadro no perfil pela renda familiar, mas que eu me enquadraria no perfil do Residencial Pazetti. Não entendi porque, já que estou desempregada e meu marido recebe em torno de R$ 1.200,00, mas eu fui atrás da documentação para o Pazetti e levei um susto quando a pessoa que me atendeu fez a simulação do financiamento”, conta.
De acordo com o marido de A.F, o ajudante A.M, todos os documentos requeridos foram entregues, incluindo três cópias do seu ultimo holerite e a análise da renda familiar foi feita através dos valores brutos de seus rendimentos e não o valor líquido. “Meu salário bruto dá um pouco mais de R$ 3 mil, mas com os descontos de INSS, alimentação, transporte, duas pensões, porque tenho outros dois filhos, meu salário real não passa de R$ 1.200,00. Aí a simulação foi feita em cima desses R$ 3 mil e então veio a surpresa: eu teria que dar uma entrada em torno de R$ 20 mil e assumir 300 prestações, sendo que a primeira seria no valor de R$ 1.023,00. Eu não tenho condições, é praticamente meu salário inteiro e eu vou viver do quê? Isso é casa popular? Ainda disseram que essa oportunidade é só para quem tem inscrição no PAS. Absurdo!”, reclamou A.M.
A.F também contou que no momento de sua entrevista com o corretor que intermediava a ação no saguão da Prefeitura, presenciou outras famílias com o mesmo problema. “Teve uma senhora que também ficou indignada com esses valores e até chorou. Como um programa de habitação popular, eu disse popular, porque é do PAS, pode cobrar mais de mil reais na prestação de uma casa? De onde eu vou tirar mais de 20 mil reais para dar entrada? Não dá, as casas do Residencial Pazetti não é para gente pobre e nem para gente que precisa, como eu”.

As casas

Segundo informações divulgadas no site da Prefeitura de Paulínia, as 593 casas do Residencial Vida Nova, no bairro João Aranha, são de interesse social destinadas, exclusivamente, as famílias que recebem até R$ 1.600,00 reais. Neste conjunto habitacional, as casas possuem 49,79m² elas contam com dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro e aquecimento solar, com possibilidade de expansão para mais um dormitório e as parcelas alcançam 10% de sua renda.
Já a primeira fase do Residencial Pazetti serão destinadas aos moradores de Paulínia que tenham renda acima de R$ 1.600,00. As casas ficam em um terreno de no mínimo 220 metros, a maioria é geminada e contam com três dormitórios. Serão entregues com todo acabamento, muros e ficam em um loteamento fechado. Ainda de acordo com o site oficial, o valor do imóvel fica em torno de R$ 130.000,00.
“A minha renda real não fica acima de R$ 1,6 mil, sendo assim eu me encaixaria no perfil do Residencial Vida Nova, mas lá também não me deixam participar do sorteio. Só queria entender porque eles não analisam o dinheiro que você realmente recebe, o que cai na sua conta e não o bruto. Eles estão lidando com gente pobre, sem condições, inscritas no PAS, que dizem ser o social de Paulínia. Se eu recebesse os R$ 3 mil que acusa no meu holerite, eu mesmo faria um financiamento para uma casa de minha preferência, sem ser geminada e em uma localização melhor. Eu não tenho condições e se depender da prefeitura, vou continuar morando de favor”, desabafa A.F

 

Documentação necessária para o financiamento: renda familiar calculada sobre o rendimento bruto deixa paulinenses de fora do Programa Habitacional

No caso de A.M, as prestações da “Casa Popular” teriam o valor inicial de R$ 1.023,00

 

“Meu salário bruto dá um pouco mais de R$ 3 mil, mas com os descontos de INSS, alimentação, transporte, duas pensões, porque tenho outros dois filhos, meu salário real não passa de R$ 1.200,00. Aí a simulação foi feita em cima desses R$ 3 mil e então veio a surpresa: eu teria que dar uma entrada em torno de R$ 20 mil e assumir 300 prestações, sendo que a primeira seria no valor de R$ 1.023,00. Eu não tenho condições, é praticamente meu salário inteiro e eu vou viver do quê? Isso é casa popular? Ainda disseram que essa oportunidade é só para quem tem inscrição no PAS. Absurdo!”, reclamou A.M.

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“A minha renda real não fica acima de R$ 1,6 mil, sendo assim eu me encaixaria no perfil do Residencial Vida Nova, mas lá também não me deixam participar do sorteio. Só queria entender porque eles não analisam o dinheiro que você realmente recebe, o que cai na sua conta e não o bruto. Eles estão lidando com gente pobre, sem condições, inscritas no PAS, que dizem ser o social de Paulínia. Se eu recebesse os R$ 3 mil que acusa no meu holerite, eu mesmo faria um financiamento para uma casa de minha preferência, sem ser geminada e em uma localização melhor. Eu não tenho condições e se depender da prefeitura, vou continuar morando de favor”, desabafa A.F

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“Como um programa de habitação popular, eu disse popular, porque é do PAS, pode cobrar mais de mil reais na prestação de uma casa? De onde eu vou tirar mais de 20 mil reais para dar entrada? Não dá, as casas do Residencial Pazetti não são para gente pobre e nem para gente que precisa, como eu”, disse A.F