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Funcionários da Replan seguem com greve dentro da Replan

Petroleiros da Replan fazem greve em frente da refinaria de Paulínia

Um grupo de ao menos 70 funcionários da Refinaria de Paulínia, a Replan, segue sem rendição de turno até a tarde desta sexta-feira (18), segundo dia de greve da categoria. Eles entraram na empresa na manhã de quarta-feira (16). As informações são do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP).

O sindicato afirma que a paralisação na maior refinaria da Petrobras, responsável pelo processamento de 20% do petróleo nacional, não compromete a produção e o abastecimento de combustível e que a manutenção dos trabalhadores no local é considerada como cárcere privado. A expectativa da categoria é de uma decisão da Justiça para que os trabalhadores sejam liberados.
Da Replan saem 21% da gasolina e 25% do diesel que abastecem o mercado nacional. Entre os estados estão São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Acre, Goiânia, Distrito Federal e Tocantins.
“Esperamos que a Petrobras providencie uma equipe de contingencia e libere os outros que estão dentro da empresa em níveis de estresse elevado”, disse diretor do sindicato, Arthur Ragusa. Ainda segundo a entidade, os funcionários permanecem no posto de trabalho por causa da complexidade das operações. “A saída também pode ser interpretada como insubordinação”, avalia Ragusa. Em 2009, durante uma paralisação os funcionários também chegaram a ficar três dias dentro da empresa até uma decisão judicial.
A adesão se mantém desde o primeiro dia de greve, segundo a Sindipetro, sendo que a maior parte envolve os operadores que trabalham na coordenação do processo de refino do petróleo. Segundo o diretor, eles representam 33% dos 1,2 mil funcionários.

Reivindicações

Os petroleiros iniciaram a greve porque querem o cancelamento do leilão do campo de Libra, o primeiro do pré-sal, e avanços na proposta do acordo coletivo com a Petrobras, entre eles o aumento real de 5% nos salários.
Em nota a Petrobras afirmou que tomou as medidas necessárias para evitar prejuízos às atividades da empresa e ao abastecimento do mercado mantendo as condições de segurança dos trabalhadores e da refinaria. A empresa não comentou sobre os funcionários que foram prejudicados pela falta da troca de turnos.
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) informou que ainda não recebeu pedido para dissídio coletivo de greve ou ação cautelar para que seja determinado o mínimo de funcionários que deve permanecer na empresa. A solicitação não foi realizada até esta publicação.
O Ministério Público do Trabalho agendou para segunda-feira (21) uma audiência de conciliação entre o sindicato e a Petrobras. A mediação será feita pela procuradora Abiael Franco Santos.