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Hora de qualificar – Sami Goldstein

Saindo um pouco do noticiário de Covid-19 e guerra na Ucrânia, dois assuntos que infelizmente já caíram na “rotina” e já não são mais manchetes, muito embora o primeiro esteja trazendo dados preocupantes desde a longínqua Ásia e o segundo esteja produzindo impactos significantemente negativos em todos os setores mundiais, uma notícia em especial chamou minha atenção nesta semana. De acordo com o site Exame, “nunca houve tanta empresa nova no país como em 2021. Mais de 4 milhões de companhias estrearam no ano passado, um recorde da série iniciada em 1931, revela o Mapa de Empresas do Ministério da Economia. Isso representa um avanço de 20% em relação ao resultado de 2020. “Por esses números, parece que o Brasil virou um celeiro de empreendedores”, afirma o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi. Os números a que ele faz referência são os da Serasa, que também apura um indicador de nascimento de empresas, com resultados muito próximos aos dos dados do governo federal. Mas, na avaliação de Rabi e do economista especializado em emprego Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, o que realmente vem impulsionando a abertura de empresas no país é a fraqueza do mercado de trabalho para gerar vagas formais, com carteira assinada. Faz tempo que os brasileiros convivem com desemprego alto. Desde de 2016, a taxa tem ficado acima de 10%, segundo o IBGE. A dificuldade de encontrar um emprego formal aparece também nas marcas recordes de 12,5 milhões de trabalhadores no setor privado sem carteira e de 25 milhões em atividades por conta própria, frisam os economistas. E parte dessas pessoas vira “empreendedor por necessidade”.”.
Geraldo Vandré disse “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. E assim, pela mais pura necessidade e diante do cenário cada vez mais desafiador, muitos se lançam no mundo do empreendedorismo sem qualquer guia ou manual de instruções. O processo de desindustrialização do país vem se acentuando. O número crescente de empresas não reflete o conforto de um país em evolução, mas o desespero de muitos pelo pão de cada dia. Quem sabe faz agora e faz acontecer. É hora de qualificar, de investir pesadamente em qualificação e capacitação. Para que os empreendedores por necessidade de hoje não sejam as estatísticas da dívida ativa de amanhã. Como digo e repito sempre: capacitar para desenvolver. Não existe outro caminho…