O anúncio da pré-candidatura da vice-prefeita Vanda Camargo pelo PSDB gerou muitos comentários nas redes sociais. Nos grupos de discussão política de Paulínia, muitos internautas atribuem à Vanda o nítido enfraquecimento do ex-petista Dixon Carvalho dentro do partido. Ele, que foi o primeiro a se declarar pré-candidato à prefeito dentro da legenda, agora vai ter que enfrentar as prévias com outros nomes fortes: além de Vanda, há possibilidade de Valadão também querer concorrer ao cargo pelo PSDB.
Sobre esse assunto, o consultor político João Natanael Souza, que conhece e trabalha com o cenário político de Paulínia há mais de 20 anos, fala sobre o assunto. Na opinião dele, Vanda é a candidata natural do partido, já que nas últimas eleições o PSDB se aliou ao PSB e juntos, construíram a chapa Pavan/Vanda.
Leia na íntegra o que o consultor disse sobre o assunto:
Jornal Tribuna – O que acha da vice-prefeita Vanda Camargo entrar na disputa pela prefeitura de Paulínia?
João Natanael – Olha, eu acho justo e correto. A vice-prefeita Vanda Camargo, mesmo nos momentos de turbulência que enfrentamos lá atrás, manteve-se ao lado do prefeito Pavan e do grupo. Agora, com a volta do grupo ao Poder, tem sido leal e, principalmente, muito ética. Ainda não observei nada que desabonasse a conduta dela no exercício da vice-prefeitura. Não podemos esquecer que essa aliança PSB/PSDB foi aprovada em convenção, portanto, todos os envolvidos sabem.
Na minha opinião, a vice-prefeita Vanda Camargo é candidata natural, caso o partido ao qual ela pertence resolva lançar candidatura própria. Ela tem afirmado que apoia integralmente o Governo do prefeito Pavan, sobretudo quanto aos Programas Sociais e os avanços conseguidos na Segurança, Saúde e Educação. Eu entendo que ela, diretamente, apoia a aliança atual, mas vai lutar por candidatura, caso seja essa a determinação partidária.
JT – Mas o PSDB chegou a lançar o Dixon Carvalho como pré-candidato. E nesse caso, qual a sua opinião?
JN – Veja bem, por respeito e consideração não posso adentrar em questões “interna corporis” partidária, ou seja, não tenho autoridade nem legitimidade alguma para falar sobre o PSDB e nem por outros partidos, sejam de nossa base política ou da base política adversária.
JT – Mas o que você diria numa análise puramente política?
JN – Bem, eu diria que é um fato inusitado essa conversa de um candidato ter concorrido por três vezes por um partido radicalmente contra e depois, inexplicavelmente, lançar-se a disputa, justamente pelo outro partido que tanto “bateu”. Eu ainda não tinha visto isso! O que me estranha é que a atual aliança PSB/PSDB foi aprovada justamente pelos tentam lançar, agora, no afogadilho, outra candidatura e abandonar tudo. Olha, na política, tem algo muito sério que o compromisso, a palavra. Só pelo compromisso e pela palavra podemos afirmar coerência ou não do político. E esse procedimento, pra mim, é totalmente incoerente. Questiono de forma direta, qual o interesse nisso? A quem interessa isso? Será que há algum interesse de alguém ou de algum grupo fora da cidade nisso?
Nossa vice-prefeita tem sido ética, como afirmei, e companheira. Tem mostrado compromisso. Se alguém nessa briga não tem mantido a palavra e não dá importância para compromissos assumidos, com certeza, não é a vice-prefeita. Por isso acho importantíssimo essa disposição dela em ir à luta.
Acho que a política de Paulínia tem que se voltar pra nossa gente e para nossa cidade. Não aguentamos mais uma política personalista e tampouco essa política com interferência de políticos e empresários que nem na cidade moram. Conheci gente aqui em Brasília que recebia dinheiro de Paulínia, sem mesmo nunca ter ido a cidade. Temos que ter um grupo político forte, comprometido e responsável, mas que principalmente, as pessoas envolvidas tenham a decência de honrar a palavra.
O prefeito Pavan tem feito muito, tem uma ótima equipe e hoje temos paz e calma na condução política. Neste particular, nossa Câmara de Vereadores tem se mostrado solidária, coerente e comprometida. Hoje temos estabilidade política. Para uma Paulínia melhor, já está comprovado, não existe mágica, nem cidade turística, nem cidade do cinema. Temos que sair do mundo das ilusões, da fantasia… Temos que trabalhar, e muito!
A vice-prefeita Vanda Camargo, mesmo nos momentos de turbulência que enfrentamos lá atrás, manteve-se ao lado do prefeito Pavan e do grupo
“Bem, eu diria que é um fato inusitado essa conversa de um candidato ter concorrido por três vezes por um partido radicalmente contra e depois, inexplicavelmente, lançar-se a disputa, justamente pelo partido que tanto bateu”
“Não podemos esquecer que essa aliança PSB/PSDB foi aprovada em convenção, portanto, todos os envolvidos sabem”
“Se alguém nessa briga não tem mantido a palavra e não dá importância para compromissos assumidos, com certeza, não é a vice-prefeita”