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O incerto futuro do mercado de trabalho por Sami Goldstein

O futuro do mercado de trabalho envolve muitas incertezas e desafios, pois depende de fatores como o desenvolvimento tecnológico, tendências globais, regulações e costumes. A tecnologia traz novas possibilidades de automação, comunicação, produção e consumo, mas também implica em mudanças nas atividades, habilidades e salários dos trabalhadores. Segundo um estudo da McKinsey, cerca de metade das atividades às quais pessoas são pagas para realizar hoje poderiam ser automatizadas usando tecnologias já existentes. No entanto, isso não significa que haverá menos trabalho no futuro. Haverá, na realidade, uma transição entre os tipos de trabalho que serão demandados. Algumas ocupações poderão desaparecer ou diminuir, enquanto outras poderão surgir ou crescer. Nada de novo no ciclo histórico do desenvolvimento econômico.

Na tentativa de antecipar essas mudanças, a PricewaterhouseCoopers (PwC) apresentou pesquisa com quatro possíveis cenários para o mercado de trabalho em 2030, baseados em diferentes combinações de regulação e inovação. Esses cenários são: Vermelho, um mundo com menos regulação e mais inovação, onde as empresas se voltam para nichos de mercado e as startups ganham escala e influência global; Azul, um mundo com mais regulação e estabilidade, onde as empresas buscam eficiência e produtividade por meio da automação e da inteligência artificial; Verde, um mundo com mais regulação e sustentabilidade, onde as empresas se preocupam com o impacto social e ambiental de suas atividades e adotam modelos de negócios circulares e colaborativos; e Amarelo, um mundo com menos regulação e mais diversidade, onde as empresas se adaptam às demandas dos consumidores e trabalhadores por mais personalização e autonomia. Esses cenários não são individualmente exclusivos e podem coexistir em diferentes graus e contextos.

Em qualquer um deles, a qualificação profissional será um diferencial. Para acompanhar a transição do mercado de trabalho, empresas, Poder Público e profissionais precisarão investir em aperfeiçoamento e requalificação constantes, buscando desenvolver as competências que serão mais requisitadas no futuro. Além disso, os profissionais precisarão ter uma visão ampla e integrada do mundo, pois os desafios globais exigirão soluções multidimensionais. Um desses desafios é a transição energética, que envolve mudanças estruturais nas matrizes dos países, migrando de um modelo baseado em combustíveis fósseis para outro focado na geração de energia por fontes renováveis. Especificamente no Brasil, outro desafio que afeta diretamente o futuro do mercado de trabalho é a Reforma Tributária que está em discussão no Congresso Nacional. Ela poderá ter impactos positivos e negativos, dependendo de como será implementada. Por um lado, a reforma poderá simplificar o sistema tributário, reduzindo a burocracia e facilitando o cumprimento das obrigações fiscais por parte das empresas e cidadãos. Por outro lado, poderá aumentar a carga tributária de alguns setores, encarecer os preços dos serviços, reduzir a demanda e provocar demissões.

Portanto, o futuro do mercado de trabalho será marcado não somente por mudanças profundas e desafiadoras, mas também por oportunidades de crescimento e transformação. E, diante de tantas incertezas, uma certeza absoluta: quem ainda não começou a preparação, tem grandes chances de ficar fora da competição!