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Coluna Politicando: O próprio secretário jurídico da Prefeitura apelou para que a Filadélfia continue. Agora, se isso não é favorecimento, o que mais pode ser?

O LIXO DO LIXO
A população paulinense vem sendo penalizada com o ‘lixo do lixo’ desde o começo da ‘má’ administração de Dixon Carvalho à frente da Prefeitura de Paulínia. Primeiro, pelo não pagamento à empresa Corpus que está há 17 anos fazendo o serviço de limpeza urbana na cidade. Depois, porque a Prefeitura resolveu retirar o serviço gratuito de caçamba. Aí, veio a bagunça da licitação. A Corpus ganhou. A segunda colocada foi desclassificada pelo próprio secretariado de Dixon, mas, recorreu. E, ao que tudo indica, tem força dentro da Prefeitura para continuar no páreo. Por quê será?

A BIRRA DO LIXO
Eu já falei aqui que não entendo o motivo da birra pessoal que o prefeito Dixon tem com a Corpus. Mas, o fato é que questões pessoais não devem interferir no gerenciamento do recurso que é público e no direito de ser bem atendido da população. E enquanto isso não fica claro, na semana passada, a Filadélfia conseguiu, com recurso judicial, ‘levar’ o serviço. Na última quinta-feira, no entanto, uma liminar, também judicial, determinou a volta da Corpus, mas, menos de 24 horas depois, outra liminar derrubou a decisão favorável à Corpus e manteve a Filadélfia… isso, pasmem!, com ajuda do corpo jurídico da própria Prefeitura!

INTERFERÊNCIA PESSOAL DE DIXON
Apesar de ainda não termos respostas para a birra do prefeito contra a Corpus e nem conseguirmos compreender estas idas e vindas das empresas, podemos, ao menos, ver claramente o quanto Dixon quer que a Filadélfia assuma o serviço em Paulínia… Digo isso porque soube que o prefeito interferiu pessoalmente na decisão favorável à empresa nesta última sexta. Isso porque o próprio secretário jurídico da Prefeitura apelou junto à juiza para que Filadélfia continue no serviço. Agora, se isso não é favorecimento, o que mais poder ser? E, aliás, isso prova que o caos do lixo em Paulínia vem da própria Prefeitura.

A RUPTURA INEVITÁVEL
Enquanto a população sofre com o desgoverno de Dixon, sua equipe vai se desmantelando. Primeiro foram os secretários exonerados sem explicações, depois, uma relevante equipe que foi essencial em sua eleição começou a se afastar, começando pelo líder de governo na Câmara, vereador Kiko Meschiatti, que se recusou a ser conivente com os demandos do prefeito, agora, seu atual chefe de governo, Ricatto, é mantido afastado das decisões e, como já era de se esperar, o vice-prefeito, Sandro Caprino, confirmou em coletiva na quinta-feira, seu rompimento com Dixon. Entre os motivos, o primeiro seria o não cumprimento das promessas da campanha eleitoral e nenhuma sinalização de que as mesmas poderão sair do discurso. O que nos leva a pensar: até quando os demais vereadores vão aguentar fazer parte disso? Até onde o Ministério Público está a par dessa situação?

OS MOTIVOS DE SANDRO CAPRINO
“Ele nunca me ouviu”. O desabafo do vice-prefeito reflete exatamente a realidade da população paulinense. O desastre em que se tornou o governo de Dixon é como se ele simplesmente ignorasse o voto de confiança que recebeu nas urnas no ano passado. Como disse Sandro Caprino, “há erros básicos assustadores”, afinal, as decisões são demoradas, os processos de licitação importantes não andam, o contrato emergencial milionário da merenda ganhou prioridade logo de cara e o vice-prefeito não aguentou assistir a tudo isso sem poder fazer nada. Não é à toa que ele não vê futuro nesta Administração.

VOTO E POTENCIAL IGNORADOS
Enquanto expunha seus motivos, Sandro Caprino lamentou as oportunidades que são desperdiçadas por Dixon. Como todo mundo sabe, Caprino repetiu: “Paulínia pode ser referência em vários aspectos, porque tem potencial para isso. No mínimo nossa cidade teria que estar limpa, com a saúde estabilizada, sem buracos e o problema da coleta de lixo resolvido.Falta liderança no governo”, disse. Enfim, como eu já disse aqui também, o pai do prefeito e sua esposa parecem mandar mais que ele na Prefeitura…

POSIÇÃO OU OPOSIÇÃO?
E além de tudo que já foi dito, Sandro salientou que romper com o governo de Dixon não significa virar as costas para os votos que recebeu nas urnas, afinal, sua aliança foi fundamental para o resultado da eleição. Ele continua vice-prefeito e atendendo às responsabilidades que lhe cabem. Não quer ser oposição ao governo, mas, assumir uma postura em favor da população. E, assim, ele agora reforça o trabalho de fiscalização ao lado dos vereadores Kiko Meschiatti e Tiguila Paes, que estão empenhados em fiscalizar os atos do governo.

E O PARTIDO DO VICE-PREFEITO?
Durante a coletiva de Caprino, o presidente do PRB em Paulínia, Paulo Mota, afirmou que o partido apóia a decisão do vice-prefeito e que o sonho de fazer uma Paulínia decente, continua, mas, não há mais condições de fazer isso ao lado de Dixon. Entre os motivos, estariam as mentiras sobre traição que ‘a imprensa do prefeito’ tem feito questão de espalhar. Chegaram a falar que Caprino conspirou contra o prefeito e que seria envolvido com a empresa Filadelfia, mas, o vice fez questão de desmentir tudo publicamente.

INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES
Caprino foi acusado de trair o prefeito por não ser contra à fiscalização sobre o contrato emergencial da merenda na Câmara. Mas, ainda que o vice-prefeito tivesse participado do movimento de fiscalização, o que ele não fez, se não há irregularidade, qual é o problema do contrato ser averiguado pelas comissões da Câmara? Dixon tem medo de ser cassado por quê? Se quem não deve não teme, porque ele se protege tanto e fala que vem sofrendo um golpe? A verdade é que os indícios de irregularidades são fortes e a possibilidade de a cidade ser prejudicada por superfaturamento é eminente. Essa é uma situação que não pode ficar sem fiscalização, nem acabar em pizza…

SEM ‘MIMIMI’ DE VÍTIMA
Dixon tem feito um discurso de vítima sobre toda a ruína de sua administração, espalha que vem sofrendo traição e golpe, mas, o fato é que se não há nada errado com o contrato emergencial de R$ 13 milhões da merenda e ele não pretende fazer nada errado na Prefeitura, o prefeito não terá motivo para barrar o vice-prefeito em seu trabalho em prol de respostas sobre tudo isso, não é mesmo? Afinal, se a prioridade é a população, é a clamor dela que precisa ser ouvido!