As escolas da rede pública de ensino de Paulínia superaram as metas de crescimento do MEC (Ministério da Educação) e chegaram a ultrapassar em quase dois pontos a média nacional do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) 2009. Para a secretária de Educação, Maria Estela Sigrist Betini, a melhora no desempenho de Paulínia é reflexo da política educacional do município.
Das oito escolas municipais do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª séries, todas superaram a média nacional de 4,6 pontos e quatro atingiram o índice internacional de exigência de qualidade de ensino, os seis pontos. Com o resultado, Paulínia está além da classificação estipulada pelo MEC para 2021, que é justamente alcançar a nota seis.
“Quando há uma melhora por unidade, o resultado é creditado aos esforços da escola, especificamente. Mas, nosso aumento aconteceu em todas as unidades, o que comprova que a política educacional do município, com a criação e aplicação do Currículo de Paulínia, formado com a participação dos nossos profissionais, é o fator principal desse crescimento”, disse a secretária de Educação.
As quatro melhores colocadas entre as escolas foram a Oadil Pietrobon com nota 6,3, Domingos de Araújo e Sol Nascente com 6,1 e José Lozano de Araújo com 6. Na sequencia, vêm a unidade Flora Aparecida Toledo Lima com 5,8, Yolanda Tiziani Pazzetti com 5,7, Caputti Beraldo com 5,4 e José Dalmo com 5,3. O índice médio entre elas é de 5,8 pontos.
Também entre as escolas de 5ª a 8ª séries do Fundamental, cuja média nacional ficou em quatro pontos, Paulínia que tem quatro das oito unidades municipalizadas, superou suas notas anteriores e também a meta do MEC, com notas que variam de 4,6 a 5 nas unidades municipais e de 4,5 a 5,5 nas unidades estaduais.
Entre as escolas municipais de 5ª a 8ª séries a classificação traz Domingos com 5, Vitor com 4,9, Maestro Marcelino Pietrobon com 4,7 e Ângelo Corassa com 4,6, o que chega a uma nota média de 4,8. Nas unidades estaduais, a classificação tem o José Paulino Nogueira – Núcleo – com 5,5, o Prophyrio da Paz com 5,2, o Dr. Francisco Mascarenhas com 5,1 e o Padre Narciso com 4,5, alcançando a nota média de 5,07.
Nos municípios, a nota é medida numa escala que vai de 0 a 10 sobre a aplicação da Prova Brasil. A classificação serve de diagnóstico da qualidade do ensino nacional. O indicador é calculado a partir da divisão da nota da prova pela distorção de idade/série somado à evasão escolar.
“Esse é o melhor resultado de Paulínia. No levantamento anterior, tivemos unidades que ficaram abaixo da média nacional, o que era catastrófico para uma cidade como Paulínia. A partir de 2007, a ex-secretária de Educação, começou este projeto. Dessa vez, conseguimos melhor resultado com os alunos de 1ª a 4ª séries porque iniciamos a aplicação do currículo em 2008 e finalizamos em 2009. Agora, vamos fazer o mesmo procedimento com o Ensino Infantil e para os alunos de 5ª a 8ª séries, porque nosso objetivo é continuar crescendo”, afirma a secretária, Maria Estela Sigrist Betini.
Como estratégia para manter o ritmo, inclusive nas escolas estaduais em Paulínia, a Secretaria de Educação está se adiantando à diretriz da Conae (Conferência Nacional de Educação), que é manter professores numa unidade escolar apenas. “O Brasil tem o pior índice mundial e uma das complicações está no fato de o professor não ser exclusivo de uma escola. Essa necessidade de estar em três escolas diferentes por dia não produz boa qualidade de trabalho. Por isso, a Prefeitura de Paulínia já tem aplicado a diretriz do Conae, oferecendo mais aulas para os professores numa mesma escola, além de expandir as atividades do profissional no auxílio à formação do Currículo de Paulínia, levantando dados sobre o conhecimento dos alunos”, explica a secretária.
De acordo com a secretária, a municipalidade mantém cerca de 1,3 mil funcionários trabalhando na elaboração do Currículo de Paulínia. “Não é simples fazer o currículo. É preciso muita clareza e firmeza na proposta de trabalho para sabermos qual o tipo de cidadão que desejamos formar. A partir desse objetivo, a equipe vai elencar o conhecimento, as habilidades, os valores e a criatividade dos alunos e como estes sentidos podem ser trabalhados e desenvolvidos. São quatro elementos muito importantes, porque nosso objetivo é formar cidadãos que saibam olhar para a sociedade, atuar efetivamente nela e saber resolver problemas com seus conhecimentos”, reforça a secretária.
Segundo a secretária de Educação, apesar de todo o trabalho que vem sendo desenvolvido desde 2006, o resultado do Ideb é surpreendente. “Paulínia tem algumas características importantes. Em 2005, a gente já sabia que o índice de prova local era muito baixo. Nós tínhamos muitas crianças com atraso escolar muito grande. Isso devido à natalidade de ensino e migração. Por isso, a primeira correção sobre o resultado de 2007 foi investir na criação do currículo para não ter atraso da criança que começa os estudos aqui em Paulínia. Mas, não esperávamos que o crescimento fosse tão grande em apenas dois anos. Os resultados mostram que conseguimos, efetivamente, otimizar o trabalho dos professores com o currículo e que eliminamos a distorção provocada pelo próprio município. Já a questão da migração, infelizmente, nós não temos como corrigir, porque muitas crianças chegam com 12 anos, por exemplo, ainda para ser alfabetizadas e isso pesa no nosso índice”, finaliza.