Início Colunas Protegendo nossas crianças: O papel dos adultos na prevenção do assédio religioso

Protegendo nossas crianças: O papel dos adultos na prevenção do assédio religioso

Um vídeo onde Dalai Lama beija uma criança na boca e depois pede para que ela chupe sua língua foi destaque na semana que passou.

Se você não viu o vídeo só a descrição acima já causa horror não é mesmo? A imagem é ainda mais forte por se tratar de uma cena de um líder religioso e toda sua magnitude perante aqueles que o seguem e uma criança em todo seu estado de vulnerabilidade e admiração.

Trago aqui duas reflexões sobre o tema.

A primeira delas vem do fato de endeusarmos homens acreditando que esses são livres de pecados ou ações que façam mal a outra pessoa. Quantos Dalai Lamas, João de Deus, padres, pastores, pai de santos, gurus ou rabinos se escondem atrás de um papel de destaque na hierarquia religiosa que praticam e assim têm poder sobre a todos que os seguem. Num lugar onde a hierarquia é colocada como referência de relacionamento, teremos as crianças como o mais baixo pilar de liberdade e por isso serão as mais vulneráveis e precisam ser protegidas. Todo o cuidado e toda atenção deve ser dada para que os direitos destas sejam preservados.

Outro assunto importante a ser tratado é sobre como ensinamos as crianças a cederem suas próprias vontades para realizar os desejos dos adultos.

É comum a cena em que uma criança é obrigada a dar um beijo/abraço no tio, avô, amigo ou qualquer outro adulto próximo de seus responsáveis mesmo quando expressa seu desejo contrário. Entende-se que essa criança é “mal-educada” quando não cede a um pedido tão carinhoso do adulto não é mesmo?

Devemos ensinar nossas crianças a dizer não desde cedo. E o principal: ouvi-las e respeita-las . Se não fizermos isso a criança começa aos poucos a desarmar seu estado de alerta e a ceder ao desejo alheio e a entender que ela deve sempre ceder a um adulto. Perigoso.

Como esse texto toca você?

André Luís de Oliveira

Pai da Giulia, Coordenador do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos no Paulínia Racing e Conselheiro do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente

@profandreoliveira

Artigo anteriorPara onde caminha a geração Alfa? por Sami Goldstein
Próximo artigoFisioterapia na distrofia muscular de Duchene (DMD)