Ao entrar em sua 23ª fase a Operação Lava Jato chegou à Paulínia, por meio de documentos apreendidos pela Polícia Federal (PF) com Benedicto Barbosa, presidente da Odebrecht Infraestrutura, em meados de fevereiro e revelados na quarta-feira, 23. Nas planilhas encontradas pela PF mais de 200 políticos de 24 partidos são citados, entre eles estão os nomes do ex-prefeito de Edson Moura (PMDB), do atual prefeito José Pavan Junior (PSB), e dos vereadores Marquinho da Bola (Sem partido), Custódio Campos (PT) e Marquinho Fiorella (PP). Ainda nos documentos constam os nomes de diversos políticos da Região Metropolitana de Campinas e das principais capitais do Brasil. Moura é suspeito de receber R$ 400 mil, Pavan R$ 100 mil, Da Bola R$ 50 mil, Fiorella R$ 30 mil e para Custódio não há valores relacionados. Pouco depois dos documentos serem divulgados nos veículos de comunicação o juiz Sergio Moro responsável por conduzir a Operação Lava Jato em primeira instância determinou sigilo nos documentos.
Em seu despacho Moro alega que é prematura a conclusão quanto a origem destes pagamentos citados nos documentos apreendidos. “De todo modo, considerando o ocorrido, restabeleço sigilo neste feito e determino a intimação do MPF para se manifestar, com urgência, quanto à eventual remessa ao Egrégio Supremo Tribunal Federal para continuidade da apuração em relação às autoridades com foro privilegiado”, conclui Moro.
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NOTA OFICIAL
Paulínia, 23 de março de 2016. José Pavan Junior, candidato a prefeito pelo PSB no pleito de 2012, teve sua prestação de contas de campanha devidamente registrada e aprovada sem ressalvas no TRE-SP. Todos os seus doadores estão ali identificados. Foi o partido que recebeu a doação da Braskem.
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:: OUTRO LADO
A redação do Tribuna de Paulínia procurou todos os políticos paulinenses citados nas planilhas. De acordo com a assessoria de imprensa do prefeito José Pavan Junior (PSB), a prestação de contas do então candidato foi aprovada sem ressalvas pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE/SP). Abaixo segue a nota enviada à redação: “José Pavan Junior, candidato a prefeito pelo PSB no pleito de 2012, teve sua prestação de contas de campanha devidamente registrada e aprovada sem ressalvas no TER -SP. Todos os seus doadores estão ali identificados. Foi o partido que recebeu a doação da Braskem”. Conforme checagem feita pelo Tribuna de Paulínia no Tribunal Superior Eleitoral, há duas doações feitas pelo PSB a candidatura de Pavan. Ambas de R$ 50 mil, o que reforça que tudo foi feito dentro da legalidade. (Veja imagem em anexo). O ex-prefeito Edson Moura, foi procurado, mas não foi encontrado. Segundo o presidente do PMDB local, Anizio Trindade, o diretório desconhece doações e ressalta que não aceita nada oculto e tudo que foi recebido está na prestação. Porém após pesquisa no site do TSE não foi encontrada nenhuma doação no valor de R$ 400 mil. Nem de origem do PMDB, nem da empresa Oderbrecht Infraestrutura. Os vereadores Da Bola, Fiorella e Campos também declararam que todas as doações recebidas constam em suas respectivas prestações de contas aprovadas pelo TRE/SP.
:: ODEBRECHT EM PAULÍNIA
Segundo levantamento do Tribuna de Paulínia a Odebrecht não realizou nenhuma obra em Paulínia durante a gestão do atual prefeito José Pavan Junior. A empresa Braskem que pertence ao grupo Norberto Oderbrecht está situada na cidade desde 2008.
No caso do ex-prefeito Edson Moura, após pesquisa no site do TSE não foi encontrada nenhuma doação de R$ 400 mil nem de origem da Odebrecht e nem da Braskem