Os fatores de risco para o suicídio envolvem a presença de doença mental preexistente, como depressão, uso de álcool e drogas
O suicídio é um grave problema de saúde pública. A afirmação é do psiquiatra do Hospital Samaritano Paulínia, Marcelo Pinheiro Machado Adelino. Para ele, a detecção precoce dos fatores de risco que levam a pessoa a cometer o suicídio pode diminuir o número de mortes. “Em todo o mundo, os dados chegam a 800.000 pessoas por ano que cometem suicídio e, apesar da gravidade, é sim possível a prevenção na grande maioria dos casos”, destaca.
Alguns comportamentos merecem ser observados. “Devemos ficar alertas para os sinais de que a pessoa com risco de suicídio pode fornecer, com falas do tipo ‘Os outros vão ser mais felizes sem mim”, ‘Eu preferia estar morto’, ‘Eu não posso fazer nada’, ‘Eu não aguento mais’, ‘Eu sou um perdedor e um peso para os outros’. Além de comportamento de maior isolamento, inclusive reduzindo ou cancelando atividades que costuma e gostava de fazer. Tudo isso pode indicar a necessidade de ajuda”.
Entre os fatores de risco para o suicídio, o especialista – que lida com a prevenção, atendimento, diagnóstico, tratamento e reabilitação das diferentes formas de sofrimentos mentais – disse que os maiores envolvem a presença de doença mental preexistente, “sendo mais ligado à depressão, mas também ao transtorno bipolar, uso de álcool e drogas e a esquizofrenia”.
De acordo com o Centro de Valorização da Vida (CVV), organização não governamental que atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio por meio do telefone 188, nove em cada dez mortes por suicídio podem ser evitadas. A Organização Mundial da Saúde indica que a prevenção é fundamental para reverter essa situação, garantindo ajuda e atenção adequadas. Hoje, 32 brasileiros se suicidam diariamente. No mundo, ocorre uma morte a cada 40 segundos.
“O CVV tem fundamental importância ao combate e prevenção ao suicídio, já que muitas pessoas, por variáveis causas, não conseguem naquele momento de dor e sofrimento, um apoio. O trabalho do CVV fornece essa palavra de conforto que pode salvar uma vida”, frisou o especialista.
Ajuda
Para o CVV, a primeira medida preventiva é a educação. A ONG destaca que esclarecer, conscientizar, estimular o diálogo e abrir espaço para campanhas contribuem para tirar o assunto da invisibilidade e, assim, mudar essa realidade.
“Infelizmente, o suicídio ainda é um tema com bastante tabu envolvido principalmente, pela restrição das pessoas em tocar no assunto pelo medo de que isso possa interferir ou aumentar o planejamento suicida. E sabe-se muito bem que o efeito é totalmente oposto, quanto mais conversarmos com os jovens sobre o suicídio, maior será a conscientização tanto em pedir ajuda quanto em ajudar outras pessoas”, destacou o psiquiatra do Hospital Samaritano Paulínia.
Em caso de risco de suicídio ou tentativa de suicídio, o profissional de saúde mental (médico psiquiatra e o psicólogo) devem ser procurados o mais rápido possível. É indicado também buscar ajuda em serviços de saúde como os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Pronto Atendimento, Pronto-Socorro e Ambulatórios de Saúde mental.
Incidência
Em relação à incidência em determinadas faixas etárias, o psiquiatra Marcelo Adelino diz que “há um índice maior de suicídio em homens com idade entre 15 e 30 anos e maiores de 65 anos. Sendo que a maioria deles não têm suporte social, estão desempregados e moram sozinhos. A desesperança também é um fator de risco assim como uma perda de um ente querido e o histórico familiar de suicídio”.
Nos adolescentes e pré-adolescentes também há um aumento significativo no número de casos de pessoas que acabam com a própria vida. “Nessa faixa etária algumas características podem ser consideradas como fatores de risco como o aumento de número de casos de depressão e uso de drogas e álcool e inclusive funções cerebrais que ainda são imaturas nessa idade, como controle de impulsos, maior dificuldade de avaliação entre riscos e consequências, dificuldade da capacidade de adiar recompensa, entre outros”, finalizou.
Campanha
O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. No Brasil, foi criada em 2015 pelo CVV, Conselho Federal de Medicina e Associação Brasileira de Psiquiatria, para associar à cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro).
Hospital Samaritano Paulínia
Única unidade hospitalar particular da cidade, credenciado PHS Samaritano Saúde, possui Ambulatório de Especialidades. O atendimento acontece de segunda à sexta-feira, das 8 às 17h, mediante agendamento prévio de consulta pelo telefone (19) 3888-7000. O endereço é Rua Portugal, nº 400 – Vila Bressani.
Entre as especialidades que oferece, estão Acupuntura, Alergologia, Angiologia/Vascular, Cardiologia, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica, Clínica Geral, Dermatologia, Endocrinologia, Fonoaudiologia, Gastroenterologia, Ginecologi e Obstetrícia, Neurocirurgia, Neurologia, Oftalmologia, Ortopedia, Otorrinolaringologia, Pediatria, Pneumologia Adulto e Infantil, Proctologia, Psiquiatria, Reumatologia e Urologia.