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Risco de contágio pela Covid-19 em transporte público é menor que em residências

Inquérito sorológico da capital paulista leva em consideração lares com cinco membros ou mais
Atualmente na cidade de São Paulo corre mais risco de se contaminar com o novo coronavírus, causador da Covid-19, quem mora com cinco ou mais pessoas do que quem usa o transporte público. O dado faz parte do mais recente inquérito sorológico da capital paulista realizado pela Universidade de São Paulo e pela prefeitura.
Foram pesquisados 3.217 domicílios (excluindo imóveis comerciais) e a coleta na base das 472 Unidades Básicas de Saúde foi entre os dias 18 e 20 de agosto. Foi a quarta fase do inquérito, que realizou testagem nas pessoas pesquisadas.
O índice de prevalência, em toda a cidade, é de 11%, ou seja, estima-se que 1,3 milhão dos 12 milhões de moradores da capital paulista, já tiveram contato com o vírus.
De acordo com o levantamento divulgado nesta quinta-feira, 27 de agosto de 2020, nas residências com cinco ou mais moradores, a prevalência, ou seja, o risco de contágio foi de 16%.
Entre os que declararam usar o transporte público, nesta quarta fase do inquérito sorológico, a prevalência foi de 10,3%, bem menor que as pessoas que moram em casas com cinco ou mais ocupantes, e um pouco menor entre as pessoas que não usam o transporte coletivo que totalizaram 11,3%.
Em relação à ocupação dos paulistanos, o inquérito sorológico comprovou que quem trabalha em casa está mais protegido, com prevalência de 4,4%. O maior risco está entre os que se declararam estar desempregados: 18,1%. Entre os que trabalham fora de casa, a prevalência é de 11,9%.
Na apresentação, o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, disse que o risco de contágio em famílias grandes é maior que nos ônibus.
“Um dado importante que mostra a questão do uso do transporte coletivo pelas pessoas nos aponta que o fator principal do processo de contaminação é muito mais o da residência, da transmissão na família, do que eventualmente a transmissão de quem utilizou o transporte coletivo. Esse é um dado novo e foi possível a gente fazer a tabulação e compararmos com as outras três fases. Quem utilizou e quem não utilizou o transporte coletivo é possível perceber nesta fase 4, pequena diferença, praticamente não existe diferença”, explicou o secretário.
Um dos motivos para este dado é que no transporte público as pessoas estão mais cautelosas, com máscaras e usando álcool em gel que levam nas viagens, enquanto que em casa, a tendência é de relaxarem.
Em relação à faixa etária, o maior índice de contaminação é entre pessoas de 18 a 34 anos (13,1%).
Levando em conta a raça e a etnia, a contaminação maior é entre pretos e pardos (15,1%), o dobro que nos brancos (7,5%).
A classe com maior risco é a D/E, com prevalência de 18,2%, quase cinco vezes mais que na classe A/B, cuja prevalência é de 4,4%
(fonte: www.diariodotransporte.com.br)