A previsão da concessionária é que o sistema deixe de utilizar o volume morto por conta das chuvas acima da média, que estão reabastecendo os rios gradativamente
Após São Paulo ter chuvas acima da média histórica neste mês de novembro, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou que a probabilidade de que o Sistema Cantareira recupere sua capacidade e deixe de precisar usar água do chamado volume morto até o início do próximo período seco, no fim de abril, é de 97,6%. Na Capital, choveu 149,7 milímetros até a última segunda-feira, 16% acima da média histórica. Só em três dias não houve precipitações.
Segundo nota oficial veiculada pela empresa, a estimativa foi feita “com base na série histórica de afluências ao Cantareira”. A Sabesp explicou que os dados abrangem registros que datam de 1930 na bacia da Cantareira, antes mesmo da construção da represa. Nesse período, por dois anos — 1953 e 2014 — a afluência ficou abaixo do que seria atualmente necessário para encher o volume morto até o mês de abril. No entanto, a empresa ressalta que a população deve continuar o esforço de reduzir o consumo.
O volume morto começou a ser captado em maio de 2014, com a instalação de bombas na represa do Jaguari/Jacareí, em Joanópolis. A reserva tem esse nome por reunir a água que fica abaixo do nível das tubulações que ligam as represas do sistema, que normalmente funcionam por gravidade. Na época, o Cantareira operava com 8,4% de sua capacidade, e o uso do volume morto acrescentou 18% ao total. Para a construção do sistema de bombas flutuantes e tubulações, a Sabesp gastou R$ 80 milhões.